Manuel Pinho detido após interrogatório

Manuel Pinho foi ouvido esta manhã no âmbito do caso conhecido como “Saco Azul”. Foi confrontado com novos indícios e ficou detido após o interrogatório. A confirmação da detenção do ex-ministro foi dada pelo advogado Sá Fernandes. Manuel Pinho e a mulher ficaram em prisão preventiva e não chegaram a ser ouvidos.
Segundo o advogado “tudo mudou”. Manuel Pinho chegou ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) por volta das 10 da manhã e iria “apenas rebater alguns pontos muito específicos da acusação”.
Sá Fernandes, que ficou “muito descontente” com a decisão, acrescenta que o que mudou “não foram os factos mas sim a mudança do juiz de Instrução Criminal que passou a ser o juiz Carlos Alexandre”.
Manuel Pinho foi constituído arguido no âmbito do caso EDP no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo.
Em declarações aos jornalistas à saída do DCIAP, o advogado considerou a situação “um grave abuso de poder” e adiantou que o mandado de detenção abrange também a mulher do antigo governante socialista, Alexandra Pinho.
“Acho que a justiça não pode funcionar assim. Isto é uma situação de um grave abuso de poder. O Ministério Público não pode escolher os juízes que acha que servem melhor os seus propósitos. Mantenho toda a tranquilidade, já tenho muitos anos disto, já vi muita coisa na vida forense em Portugal, já vi coisas que achava que nunca iria ver e, sinceramente, esta era uma que eu achava que não ia ver”, afirmou.
Ricardo Sá Fernandes referiu que este processo “está em investigação há 10 anos” e que Manuel Pinho “compareceu sempre” para prestar esclarecimentos e “nunca fugiu às suas responsabilidades”, sublinhando ainda que a detenção hoje ordenada pelo juiz de instrução criminal Carlos Alexandre representa “uma errada noção do que é o exercício de justiça”.
Manuel Pinho é suspeito de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
c/ Lusa
