BMA responde a Manuel Heitor. “É desadequado descrever a formação no Reino Unido como menos exigente”

Em comunicado, publicado na sexta-feira, a Associação Britânica de Medicina (British Medical Association – BMA) referiu que o Reino Unido, no que toca à medicina geral e familiar, “é completamente desadequado descrever a formação em medicina geral no Reino Unido como menos exigente relativamente a outras especialidades”.

A comunicação surge depois das declarações do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português, em entrevista ao Diário de Notícias. Recorde-se que Manuel Heitor disse que “em Portugal, por opção das próprias instituições e também das ordens profissionais, se formam todos os médicos da mesma forma. Se for ao Reino Unido o sistema está diversificado, sobretudo aquilo que é a medicina familiar, que tem um nível de formação menos exigente do que a formação de médicos especialistas”.

“Isto resulta num descrédito enorme dos nossos altamente formados médicos de família, que trabalham pelo país”, diz Samira Anane, líder do comité de medicina geral da BMA.

O comunicado frisa ainda que o Royal College of General Practitioners e o Conselho Geral de Medicina “reconhecem os profissionais em medicina geral formados no Reino Unido como especialistas na sua área”.

Segundo a associação, para “exercer funções de médico generalista no país, os licenciados em medicina – que recebem a mesma formação universitária, independentemente do ramo que queiram seguir – devem completar dois anos de formação base, que formam a ponte entre aprender enquanto estudante de medicina e a transição para tomar conta de pacientes na linha da frente do Sistema Nacional de Saúde”.

Depois, é necessário que os estudantes de medicina completem o mínimo de três anos de formação, num programa aprovado pelo Conselho Geral de Medicina.

“Os médicos que chegam ao Reino Unido vindos do estrangeiro e demonstrem conhecimentos e experiência equivalentes, também têm de corresponder a este elevado nível de exigência”, esclarece a BMA, que diz que é “preciso reconhecer o campo altamente especializado da medicina familiar e deixar para trás quaisquer sugestões que digam que os especialistas em medicina geral são menos qualificados do que os seus colegas de outros ramos”.

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Redação
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