Incidência nos jovens adultos quintuplica num mês

Incidência passou de 142,43 casos em cada 100 mil, para 766,34, um salto de 439%, na faixa etária dos 20-29 anos.

incidência cumulativa está a aumentar em todas as faixas etárias, mas o país assiste a duas realidades bem

diferentes no que diz respeito ao aparecimento de novas infecções: no último mês, o número

de novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias aumentou seis vezes no grupo etário dos zero aos nove anos e mais que quintuplicou na faixa dos 20 aos 29, que já a 12 de Junho era a mais atingida pela covid-19.

O ressurgimento de casos tem, no entanto, permitido avaliar o verdadeiro impacto da vacinação, e com resultados positivos. O matemático Carlos Antunes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, sublinhou ao PÚBLICO ser possível observar uma “mitigação gradual” das infecções “nas camadas mais envelhecidas”.

Se as segundas-feiras servirem de indicador para o que esperar dos dias seguintes, prevê-se mais uma semana com mais casos do que a anterior: as 1782 novas infecções reportadas no boletim de ontem da Direcção-Geral da Saúde (DGS) representam o maior registo a uma segunda-feira desde os 2505 de 8 de Fevereiro.

Mantém-se assim o aumento da incidência, um dos indicadores utilizados para monitorizar a pandemia,

que levou até ao acrescento de novas zonas à matriz de risco. Desde 12 de Junho até ontem, a incidência nacional quadruplicou, passando de 82,8 para 333,13 casos por 100 mil habitantes, de acordo com as estimativas do

PÚBLICO com base nos boletins diários da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e nas estimativas populacionais para 2020 do Instituto Nacional de Estatística (INE). 


O aumento mais signficativo é observado na faixa dos zero aos nove anos, que passou de uma incidência de 59,15 casos a 14 dias para 366,62. Mas é a faixa etária dos 20 aos 29 anos que desde há vários meses lidera. De 142,43 casos em cada 100 mil, subiu agora para 766,34, um salto de 439%. Este aumento tem sido “semelhante em todas as regiões”, segundo Carlos Antunes, que realça o facto de existir “um ritmo menor de subida e uma taxa de incidência bastante inferior” nos portugueses com 50 anos ou

mais, resultado da vacinação. “As faixas que têm menos cobertura vacinal, abaixo de 50 anos, continuam a ser as que têm maiores incidência e ritmo de aumento. E todas as regiões têm o mesmo padrão”, refere. A excepção começa a ser Lisboa e Vale do Tejo, em que se começa a notar “uma desaceleração em quase todas as faixas”, uma tendência mais vincada no grupo 50-59. 

As restantes regiões continuam com um “potencial muito elevado da incidência”, sendo que o Norte tem “uma subida completamente abrupta no grupo dos 20 aos 29”, em linha com o comportamento que começou por se verificar em Lisboa já em Maio, e é a única região do país que ainda assiste a uma aceleração de novos casos dos 50 aos 59 anos. A situação actual do país está longe de chegar aos registos de vagas anteriores, mas a incidência em algumas regiões e faixas etárias já se assemelha aos valores da onda do Outono. A começar pela incidência dos 20 aos 29 anos, que em Outubro bateu o milhar de casos por 100 mil habitantes e actualmente se aproxima dos 800 a passos largos — ontem chegou aos 766,34.



c/ Público

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