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Nuno Gonçalves/UMinho
Tiago Barquinha

Academia 09.02.2023 15H42

Associativismo e inteligência artificial dados como exemplos de metodologias de aprendizagem

Escrito por Tiago Barquinha
Foram dois dos temas abordados no evento Partilha+, que decorreu na UMinho.
As declarações de Nuno Madureira, antigo estudante da UMinho e fundador da Associação Porta Nova, Luciana Peixoto, membro do grupo TrAUM, e José Alberto Lencastre, professor do Instituto de Educação com especialização em Tecnologia Educativa.

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Transformar um projeto de voluntariado criado por estudantes numa unidade curricular. Este é um dos exemplos da forma como os alunos podem intervir no processo educativo e que foi apresentado na primeira edição do Partilha+, organizado, esta quinta-feira, pelo Centro IDEA - Inovação e Desenvolvimento do Ensino e da Aprendizagem.


Nuno Madureira fundou a Associação Porta Nova, em 2018, quando estava no terceiro ano de Medicina da Universidade do Minho, e, em 2021/2022, a iniciativa integrou o leque de disciplinas que compõem o curso, sob o nome de Medicina Humanitária. “Nós não sabemos dialogar corretamente com a comunidade cigana, não sabemos dialogar sobre os problemas concretos dos trabalhadores do sexo e não sabemos comunicar sobre os problemas dos refugiados”.


Com base nesta premissa, ao longo de um mês, os alunos do segundo ano são “confrontados com estas temáticas”, entrando em contacto com as diferentes comunidades, e depois “desafiados a criar um projeto de intervenção”.


O Partilha+ contou com cerca de dez testemunhos sobre experiências ligadas ao ensino e aprendizagem, que se dividiram pela sala 1.16 e pela Sala André Cruz de Carvalho, no Edifício 2 do Campus de Gualtar. Uma das intervenientes foi Luciana Peixoto, membro de uma comunidade de docentes chamada TrAUM - Transformação da Avaliação na Universidade do Minho.


De acordo com a professora da Escola de Engenharia, o grupo, que se reúne mensalmente, está agora focado na avaliação por pares, na avaliação em contexto de “turmas grandes”, já que há docentes com “200 ou mais pessoas numa sala”, e no feedback no seio da relação professor-estudantes e entre alunos.



Novo conversador digital em discussão


A primeira fase do Partilha+ foi dedicada à discussão de ideias sobre metodologias de ensino/aprendizagem e avaliação. Num segundo momento houve uma sessão relacionada com o conversador digital ChatGPT, uma ferramenta de processamento de linguagem baseada na inteligência artificial.


José Alberto Lencastre, do Instituto de Educação, considera que este tipo de aplicações pode ser “uma mais valia”, já que, “através de uma base de dados gigante, pode-se aceder com palavras-chave a uma série de registos, estudos e artigos”.


Sobre as questões éticas que se levantam, o docente com especialização em Tecnologia Educativa parte do princípio que “proibir é mau” e que o foco deve estar na forma de “ensinar os alunos a usar a plataforma corretamente”, sabendo “interpretar” o que é exibido.


Nas últimas semanas, a Universidade do Minho fez um inquérito sobre o ChatGPT, ao qual responderam 300 pessoas da comunidade académica. A maioria conhece a ferramenta, que foi disponibilizada ao mundo há cerca de dois meses, mas, para já, não utiliza em contexto de avaliação. 

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