Volt defende ‘ano zero’ e apoio ao arrendamento para universitários
O Volt propõe o “ano zero” no ensino superior como uma “oportunidade” para esclarecer melhor o futuro académico e profissional de cada jovem. A medida consta no programa eleitoral deste partido que se define como pan-europeu, e que não é de esquerda nem de direita, procurando consenso e diálogo entre as forças políticas.
Em entrevista à RUM, Miguel Amador, de 35 anos, cabeça-de-lista pelo círculo eleitoral de Braga, detalha a ideia subjacente nesta proposta de ano zero para universidades e politécnicos. “É uma proposta que tem a ver muito com uma maturidade de boas práticas de outros países. Temos uma entrada dos jovens muito rápida do ensino secundário para a universidade sem muitas vezes perceberem o que é que querem. É uma cultura em que as pessoas vão para a universidade para construir um futuro. É uma oportunidade de ganhar mundo”, argumenta.
Apoio ao arrendamento em detrimento da abolição da propina é outra medida sugerida pelo Volt no seu programa eleitoral, já que a resposta adequada de residências universitárias públicas vai demorar a chegar. Miguel Amador refere que há jovens que não vão estudar “porque não têm dinheiro” e o apoio ao arrendamento “permite uma resposta mais urgente” já que se trata da dimensão que acarreta mais despesas para alunos deslocados.
Assumindo que é preciso transferir mais verbas para as instituições de ensino superior públicas, o Volt defende um reforço mais robusto nas que ficam mais distantes dos grandes centros.
Na área da saúde, o ideal é “mais investimento” aliado a uma gestão rigorosa, mas este partido não fecha a porta a parcerias público privadas. “Não nos regemos por visões ideológicas, significa que se a solução privada for a melhor, deve ser a adotada, mas claro que obviamente não renegamos que um público bem gerido e com condições para ser bem gerido pode funcionar tão bem como o privado. O português comum quer é que as coisas funcionem”, sustenta.
Por fim, na área da habitação, o Volt considera que o reforço de construção de habitação de baixo custo através do Estado, pode atenuar a realidade atual, nomeadamente com o fomento ao regresso das cooperativas.
O Volt concorreu pela primeira vez em 2022. O objetivo neste ano eleitoral passar por assegurar o primeiro deputado na Assembleia da República, através do círculo eleitoral de Lisboa.
