Castelo vitoriano desmorona-se após forte reacção azul e branca

Ainda não é desta que o Vitória SC chega a uma final da Taça da Liga. O conjunto orientado por Ivo Vieira esteve em vantagem, mas não conseguiu travar a reacção do FC Porto ao golo sofrido. A emoção ficou reservada para a segunda parte, principalmente para os últimos minutos, já que os minhotos voltaram a marcar. No entanto, o lance foi, posteriormente, invalidado depois de Jorge Sousa ter ido ao vídeo-árbitro.

O jogo começou equilibrado, com as equipas a arriscarem pouco. O encaixe de uma formação na outra foi notório durante a fase inicial da partida: o FC Porto tentava apostar na criatividade de Otávio, que se mostrava, ainda assim, desinspirado na hora de construir jogo; já os médios do Vitória SC, fazendo transparecer melhor entendimento, procuravam, assim que tinham algum espaço, a profundidade dada por Marcus Edwards e por Davidson nas alas.

Aos 15 minutos, o encontro foi interrompido devido ao arremesso de objectos pirotécnicos – no total foram seis – por parte da claque vitoriana. No reatamento, o conjunto orientado por Sérgio Conceição tornou-se mais pressionante, com uma maior eficácia na projecção dos laterais Jesús Corona e Alex Telles, empurrando, aos poucos, o Vitória SC para o seu reduto defensivo.

A primeira aproximação perigosa dos portistas acabou mesmo por surgir e logo em dose dupla. Moussa Marega, através de um remate de ângulo apertado, permitiu uma intervenção atenta a Douglas e, na sequência do lance, Matheus Uribe, à entrada da área, atirou por cima da baliza do guarda-redes brasileiro.

Com o crescimento do domínio portista ao longo do primeiro tempo foi com naturalidade que apareceram mais oportunidades. O avançado maliano rematou à figura, aos 33, e Chancel Mbemba, nove minutos depois, cabeceou para uma defesa apertada de Douglas. Ainda assim, o último lance de perigo do primeiro tempo pertenceu ao Vitória SC: Victor Garcia ganhou espaço no lado direito e cruzou atrasado para o tiro de Davidson, que saiu por cima da baliza contrária.

Incerteza até ao fim

Se a primeira parte foi pobre em termos de emoção, o mesmo não se pode dizer da etapa complementar. O reinício da partida foi renhido, com um remate perigoso para cada equipa: Léo Bonatini cabeceou ao lado após canto cobrado por Pêpê; por parte dos azuis e brancos, o livre batido por Sérgio Oliveira saiu ligeiramente por cima da barra.

O jogo só começou verdadeiramente a aquecer quando Tiquinho Soares fez falta sobre Léo Bonatini na área portista. O avançado brasileiro demorou muito tempo a aliviar a bola e, mais rápido e ágil, o avançado brasileiro ganhou posição e foi derrubado. Na hora de converter o catigo máximo, Edmond Tapsoba não vacilou para delírio dos adeptos vitorianos. Estavam jogados 64 minutos.

Ainda festejavam os apoiantes do clube de Guimarães e o FC Porto já empatava o desafio. Após uma combinação entre Otávio e Luis Díaz, a bola sobrou para Alex Telles, que, à entrada da área, rematou cruzado para o fundo das redes de Douglas. Logo a seguir aos golos, os treinadores foram ao banco – Sérgio Conceição trocou Matheus Uribe por Wilson Manafá e Ivo Vieira colocou Poha no lugar de André André.

As substituições surtiram mais efeito nos dragões, com a entrada do ex-Portimonense para lateral a permitir a subida de Corona no corredor direito. E foi precisamente por essa zona que o FC Porto conseguiu marcar novamente. Apareceu o génio de Otávio com um belo passe em profunidade para o internacional mexicano, que ganhou espaço e assistiu Soares para uma finalização certeira.

Os dois técnicos voltaram a mexer após o golo. João Pedro rendeu Lucas Evangelista e Romário Baró substituiu Moussa Marega. Numa fase de jogo mais partida, em que procuravam a todo o custo chegar ao empate – Ivo Vieira tirou ainda o defesa Victor García e colocou o médio-ofensivo Rochinha -, os vimaranenses ameaçaram por Marcus Edwards, aos 79, e por Davidson, aos 84, mas não conseguiram bater Diogo Costa, que, até então, estava a fazer uma exibição segura.

Contudo, já no tempo de compensação, o jovem guarda-redes português acabou por perder o controlo da bola, quando tentava agarrá-la, sobrando para João Pedro,  que fez o que parecia ser o golo do empate. Depois de receber indicação do vídeo-árbitro, Jorge Sousa foi ver o lance e descortinou uma falta do avançado recém-entrado na partida sobre Diogo Costa, anulando a decisão anterior. Foi um balde de água gelada para os vitorianos e um suspiro de alívio para os portistas, que festejaram este momento, no campo e nas bancadas, como se de um golo se tratasse.


Pela segunda ocasião nas meias-finais, o Vitória SC voltou a falhar o apuramento para o jogo decisivo da Taça da Liga. Já o FC Porto marca presença na final pela quarta vez, a segunda consecutiva. No sábado, frente ao SC Braga, tem uma nova oportunidade para conquistar o primeiro título nesta prova.

Homem do jogo para a RUM: Jesús Corona

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Tiago Barquinha
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