Vimaranense Victor Hugo Pontes é o novo diretor do Teatro Nacional São João

O vimaranense Victor Hugo Pontes é o novo diretor artístico do Teatro Nacional São João. O concurso internacional contou com 17 candidaturas. Numa nota enviada à RUM é referido que a decisão do Júri sobre o encenador e coreógrafo “foi unânime”.
A deliberação do Júri do concurso internacional, composto por Pedro Sobrado (Presidente do Conselho de Administração do TNSJ), Cláudia Leite (Vogal do Conselho de Administração do TNSJ), Alexandra Moreira da Silva (Professora universitária e investigadora teatral), Rui Lage (Escritor) e Salvador Santos (Produtor teatral e gestor cultural), foi unânime, tendo sido comunicada e aceite pela Ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, pode ler-se na nota.
Victor Hugo Pontes vai dirigir o Teatro Nacional São João até 2028. Evidenciando o “percurso consistente e vibrante, reconhecido nacional e internacionalmente”. “Um artista que pensa o palco como um espaço vivo de experimentação formal, de reflexão crítica e de responsabilidade social; que vem afirmando a sua distintiva marca autoral por via dos diálogos descomplexados que promove com diferentes disciplinas, como o teatro, a dança, a música, as artes plásticas, o cinema; que exercita uma ética colaborativa, envolvendo-se ativamente – como coreógrafo, encenador, intérprete e formador – em processos de criação com outros artistas e instituições culturais; que adquiriu, na direção artística da associação cultural Nome Próprio, uma comprovada competência organizativa, ao liderar projetos de considerável escala e complexidade técnica e artística; que detém uma notável capacidade de articulação com múltiplos parceiros e entidades; que tem mantido uma relação de proximidade com os textos da dramaturgia clássica e contemporânea, revisitando-os e transfigurando-os; que entende o teatro de repertório como um universo de possibilidades em contínua expansão; que sempre adotou a palavra como matéria movente de todo o seu processo criativo”, surge na argumentação do júri internacional.
É também sustentado que “a candidatura apresentada por Victor Hugo Pontes revelou um alinhamento consistente com o perfil desejado exposto na Carta de Missão do TNSJ e uma interpretação idiossincrática das orientações estratégicas plasmadas no documento”.
O caminho do Teatro Nacional São João apresenta cinco grandes eixos – “1) sedimentação e renovação de repertório; 2) valorização da criação emergente; 3) diversificação de linguagens e públicos; 4) reforço da dimensão educativa; 5) descentralização e afirmação internacional”.
Professor, encenador, cenógrafo e coreógrafo, nasceu em 1978 em Guimarães e vive no Porto. Com formação multidisciplinar em artes plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e em teatro pelo Balleteatro Escola Profissional, complementada por uma posterior formação em dança, no curso de Pesquisa e Criação Coreográfica do Forum Dança, fez o curso de Encenação de Teatro na Fundação Calouste Gulbenkian, dirigido pela companhia inglesa Third Angel, e, em 2006, o curso do Projet Thierry Salmon – La Nouvelle École des Maîtres, dirigido por Pippo Delbono, na Bélgica e em Itália. Foi assistente de encenação de Nuno Cardoso durante dez anos.
O trabalho de Victor Hugo Pontes, reconhecido e respeitado dentro e fora de portas tem percorrido os proncipais teatros portugueses, mas também palcos internacionais, nomeadamente Alemanha, Bélgica, Brasil, Espanha, França, Itália, Países Baixos e Rússia.
Foi nomeado para os Prémios SPA na categoria de Dança – Melhor Coreografia, com os espetáculos A Ballet Story e Os Três Irmãos e, em 2019, venceu nessa categoria com o espetáculo Margem. Integrou o programa DanceWeb 2017 do Festival ImPulsTanz em Viena, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.
