Vias pop-up. “Vai-se testar para não dar em nada” – Braga Ciclável

O presidente da Associação Braga Ciclável considera que as ciclovias ‘pop-up’ prometidas pela autarquia “não vão resultar em nada” porque as pessoas “vão ter medo” de as utilizar.

Depois do anúncio da autarquia da criação de ciclovias em zonas teste da cidade, a associação consultou o documento em Diário da República. Em declarações à RUM, Mário Meireles afirma que o que o município pretende fazer “vai contra as recomedações dos manuais do IMT e até dos manuais internacionais”.

“É um teste que falha à partida porque são coisas que já foram feitas noutras cidades, mas quando estamos a planear redes cicláveis não podemos passar só por pintar e colocar sinais de trânsito porque o efeito prático não é nenhum”, atira. 

Considerando que “parece que é um teste que se quer que falhe à partida”, Mário Meireles sublinha que para fazer bem o trabalho é necessário “implementar medidas de acalmia de tráfego” como “redimensionar a via, colocar semáforos ou passadeiras sobrelevadas”.

“Não vão existir ciclovias pop-up”

Ainda sobre o documento publicado em Diário da República, o presidente da Braga Ciclável explica que “não vão existir ciclovias pop-up” e que na Avenida 31 de Janeiro surgirá “uma ciclovia pintada no passeio, algo que é uma má prática”. “Vamos ter pinturas no meio da estrada a indicar que são de 30Km por hora. Basicamente vai ficar tudo como está, mas com umas pinturas novas no meio da estrada e isso é manifestamente pouco quando se quer criar condições de segurança para as pessoas utilizarem mais a bicicleta”, refere.

Já a Avenida da Liberdade, que será pintada no chão, é mais um passo “insuficiente” na opinião do presidente da Braga Ciclável. Assinalando que nas avenidas referidas pela autarquia, “o desenho da estrada convida a que se pratiquem determinadas velocidades”, Mário Meireles insiste que na 31 de Janeiro ou na Avenida da Liberdade as velocidades praticadas são “excessivas” e lembra que as crianças também querem ir para a escola de bicicleta”, algo que não lhe parece que irá acontecer porque “a segurança das pessoas continua em causa”.

O responsável aproveitou para voltar a criticar o facto de o município deixar de fora a zona da Rodovia.

Além disso, a Braga Ciclável lamenta não ter sido ouvida pelo município neste processo e considera que com esta estratégia a ideia é mesmo retirar as alternativas depois da fase de testes. “Não tivemos nenhuma intervenção, infelizmente, mas sempre nos mostramos disponíveis”, respondeu.

Partilhe esta notícia
Elsa Moura
Elsa Moura

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Sérgio Xavier
NO AR Sérgio Xavier A seguir: Sara Pereira às 15:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv