Vendedores avançam com providência cautelar para travar mudança da feira para o sopé do Picoto

Os vendedores ambulantes vão avançar com uma providência cautelar para tentar travar a mudança da feira para o sopé do Monte Picoto. Tal como a RUM avançou, a feira que se realiza às quintas e sábados junto ao Estádio Municipal de Braga vai voltar a mudar de local, a partir de fevereiro.


Os vereadores do PS e da CDU apoiam o regresso dos vendedores ambulantes às imediações do Mercado Municipal, uma hipótese que, para o executivo liderado por Ricardo Rio, já não se coloca.

O tema foi debatido esta segunda-feira, na reunião de Câmara.

Segundo o socialista Artur Feio, “os feirantes continuam a pagar taxas como se estivessem no Mercado, há expectativa gerada e um documento assinado pelo presidente a dizer que voltariam”. “Aliás, o projeto previa uma zona de alargamento na rua para acolher os feirantes. Eles recolheram assinaturas no Mercado, de vendedores que apoiam a vinda deles numa ótica da sinergia criada, uns trazem mais clientes para os outros. Vão avançar com uma providência cautelar e vai resultar num problema grave”, acrescentou.

Do lado da CDU, Bárbara de Barros critica a “falta de diálogo” deste executivo, que acusa de “tomar decisões pelos outros, sem falar com os intervenientes”. “O mesmo aconteceu com a requalificação do antigo Parque de Exposições de Braga (PEB). As pessoas são obrigadas a fazer o que a maioria considera ser o melhor, mesmo avaliando erradamente os efeitos e consequência dessas decisões”, lamentou a comunista. 

Aquando da saída do Mercado Municipal de Braga para a Alameda do Estádio Municipal, eram 120 os vendedores ambulantes. Esta mudança, com poucos benefícios para a maior parte deles, levou a que muitos desistissem de Braga. Hoje restam apenas 40 vendedores. Todos eles exigem regressar às imediações do Mercado Municipal, agora requalificado. Francisco Peixoto, advogado dos 40 feirantes recusa ainda a ideia referida por Ricardo Rio, que alega dificuldade de acesso de ambulâncias às traseiras do Lar Conde de Agrolongo com a instalação dos feirantes naquela rua. “Nunca os feirantes impediram qualquer ambulância de passar. O Sr. Presidente tem de dizer a verdade, o bloqueio da rua aconteceu numa situação. Estava obstruída porque tinha os taipais das obras e tinha caído um. Só foi uma situação”, explicou.


Ricardo Rio garante que decisão “é irreversível”


Contactado pela RUM, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, considerou “despropositado confundir questões jurídicas com questões de natureza política”. “Uma feira é uma ocupação de espaço publico provisória, é autorizado por um determinado limite de tempo pela Câmara e é a Câmara que decide se autoriza ou não essa ocupação e em que local. A providência cautelar, no limite, poderia diferir no tempo, durante alguns meses, a concretização dessa mudança, que é irreversível”, garantiu o autarca.

Quanto ao documento assinado pelo autarca, que os feirantes dizem ter, e onde é assumido o regresso às imediações do Mercado Municipal, Ricardo Rio fala de “um compromisso pessoal perante as circunstâncias da altura, que agora são outras”.

“Não é isso que vincula a Câmara a outra opção. A análise que foi feita do enquadramento, por força de várias queixas que recebemos, levaram-nos a desconsiderar o regresso ao Mercado”, apontou Rio.

Segundo o autarca, “houve vários incumprimentos por parte dos feirantes relativamente a regras para o local que estava ser utilizado, nomeadamente situações de emergência que foram colocadas em risco, como o apoio que seria necessário prestar a utentes do lar Conde de Agrolongo”, bem como queixas por parte de alguns vendedores do Mercado, “que se viram inibidos de poderem fazer as cargas e descargas de produtos”. 

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Liliana Oliveira
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