“Vamos ganhar, mas não quero negociar com aqueles que os bracarenses não quiseram para presidente”

Foi na Avenida Central, precisamente uma semana antes das eleições autárquicas, e cumprindo a tradição da coligação Juntos por Braga, que decorreu na tarde deste domingo o principal comício da coligação PSD/CDS/PPM.

José Cid deu um pequeno concerto inicial. Antes do principal discurso da tarde, Hugo Soares, natural de Braga e um dos principais rostos do PSD nacional na atualidade, ouviu-se numa curta intervenção. Com elogios ao seu candidato e amigo, o social-democrata disse estar “em casa”. Apesar de ter passado o fim-de-semana em campanha pelo norte, Luís Montenegro, primeiro-ministro e líder nacional do partido, não surgiu em Braga e provavelmente já não o fará.

Avenida Central voltou a ser o local do grande comício da coligação Juntos por Braga que não teve Ricardo Rio nem Montenegro 

Hugo Soares mencionou o atual presidente e grande ausente do comício, Ricardo Rio, para elogiar a sua capacidade para liderar a cidade nestes doze anos, mas a classificação mais alta ao autarca seria atribuída pelo professor da UMinho e atual ministro da educação, Fernando Alexandre, candidato da coligação à Assembleia Municipal.

Sobre a atual candidatura Juntos por Braga, o líder parlamentar do PSD disse que “as melhores propostas e as melhores ideias estão aqui”, assim como “as melhores pessoas e a melhor equipa”. Fez questão de mencionar João Granja entre os candidatos às freguesias, no caso de S. Victor, para referir que se trata de alguém que pelas suas qualidades “podia muito bem ser presidente de câmara”, apontando também que os “verdadeiros independentes” estão na candidatura da coligação Juntos por Braga. Em todos os discursos se falou de passado e Hugo Soares não foi exceção. “Apelo ao voto útil e que as pessoas se mobilizem. Braga não pode regressar ao passado que já foi, não podemos voltar atrás e por isso vamos dizer que não à candidatura do Partido Socialista. Mas Braga também não pode ser um laboratório de experiências”, referindo-se a Ricardo Silva. Já João Rodrigues, explicou, “está mais que preparado para ser presidente da câmara municipal”. “Podemos ter orgulho num homem à prova de bala”, atirou, enquanto pelo meio disparou em várias direções, começando no PS, passando pelo movimento Amar e Servir Braga e terminando na Iniciativa Liberal sem mencionar mais nenhuma das dez candidaturas.


O candidato à Assembleia Municipal de Braga, Fernando Alexandre disse que “só há duas alternativas: continuar o caminho de afirmação acompanhando as mudanças dos tempos, ou regressar ao passado”, referindo-se ao Partido Socialista. Com elogios à gestão de Ricardo Rio como presidente, classificou-o até como “o melhor presidente de câmara de Portugal nos últimos doze anos”. O também docente da UMinho declarou que “hoje os desafios são diferentes e hoje é preciso outro presidente em Braga”. “Agora precisamos de outro presidente com desafios completamente diferentes” e “João Rodrigues, pela experiência, juventude e independência vai ser o grande presidente da câmara de Braga”.


Debaixo de um prolongado aplauso, João Rodrigues surgiu no palco para começar por dizer que a coligação Juntos por Braga “vai ganhar as eleições”. Mencionou alguns dos que ao longo do tempo o acompanharam neste processo, mas fez questão de particularizar o nome de Miguel Macedo, recentemente falecido.

Depois, focando-se no futuro, mas voltando ao passado e mencionando também Ricardo Rio, – a ausência mais notada no comício – João Rodrigues solicitou aos presentes que fizessem uma reflexão sobre a cidade antes de 2013 e a cidade de hoje. “Era uma cidade que perdia gente todos os dias, era uma cidade que discutia que escolas ia fechar, uma cidade fechada em si mesmo”, assinalou para logo recuperar notícias de há doze anos. “Éramos uma cidade que tinha uma câmara fechada. Há doze anos, os comerciantes do centro da cidade discutiam a necessidade de contratar segurança a partir das seis da tarde, era a realidade e às vezes esquecemo-nos que era assim”, recordando o centro histórico vazio e que durante um período sofreu sucessivos assaltos.

Agora, João Rodrigues afirma que Braga “discute que escolas vai abrir”. (…) “Uma cidade que discute os empregos que criamos para os estudantes da UMinho e para os que agora vêm de Lisboa, Coimbra, Aveiro e do estrangeiro. Não nos venham tentar convencer que antigamente é que era bom, que não era”, vincou.

“O candidato que nem Mesquita Machado queria por perto, o mais pequenino e o tio chato”


Admitindo que não está tudo feito e que é preciso mais, apresenta-se com esse desígnio. Mencionando alguns opositores, sem dizer o seu nome, começou “pelo mais pequenino” [Ricardo Silva – Movimento independente Amar e Servir Braga], para avisar que “ninguém dá lições de independência” já que a candidatura Juntos por Braga apresenta uma enorme percentagem de independentes nas suas listas. A Rui Rocha, da IL, chamou-lhe “o tio chato a passar a mão na cabeça dos miúdos e a dizer que agora vão ser grandes”. “Subiu por aí acima de comboio, mas perdeu energia no Entroncamento”, ironizou, apresentando como exemplo as parcas candidaturas a juntas de freguesia por parte da IL. 

Perante os apoiantes, João Rodrigues explicou que a discussão de domingo será apenas entre a coligação Juntos por Braga e o PS. Repetiu algumas vezes o nome de António Braga para o ligar ao passado, a Mesquita Machado e até a José Sócrates. 

“A primeira prioridade que tem para a cidade é criar um aeroporto. Braga tem prioridades mas não é ter um elefante branco (…) Segunda prioridade, não se riam, mas ele diz que quer o metro de superfície a passar no Arco da Porta Nova a rasgar a rua do Souto. É mesmo isto o PS. Não são sequer os melhores do passado, eram aqueles que até Mesquita Machado queria longe”, acrescentou.

Parques verdes, uma rede de creches, um Parque da Ponte e estádio 1º de Maio diferentes, plantação de mais 100 mil árvores, mais 30% de terrenos para construir nas freguesias, foram tópicos mencionados. Já sobre os 4ME que deverá custar a gratuitidade dos transportes públicos a todos os bracarenses, insistiu que é “uma boa medida” e que se pode concretizar.

João Rodrigues promete “a melhor cidade para se viver em Portugal”, mas deixa mais um apelo aliado a uma certeza que diz ter: “Vamos ganhar as eleições, não tenham dúvidas, mas é muito importante que tenhamos condições para governar à vontade. Espero no dia 13 não ter que estar a negociar com aqueles que os bracarenses não quiseram ter dentro da câmara municipal e, portanto, precisamos de ganhar com margem, com conforto”, finalizou.

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Elsa Moura
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Carolina Damas
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