Centro de saúde de Braga vacinou hoje 50 utentes. “Receio? Levantei-me logo às 6 da manhã”

Centro de saúde de Braga, Largo Paulo Orósio, 8h50. Foi neste local, e sensivelmente a esta hora, que Helena do Sameiro, de 87 anos, tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19.
“Não custou nada”, diz a idosa no final da administração da dose, que a RUM acompanhou. Helena foi a primeira entre 19 mil pessoas com mais de 80 anos ou com mais de 50 anos e com algumas doenças associadas inscritas no agrupamento dos centros de saúde (ACES) do concelho que serão vacinados nas próximas oito semanas.
Na primeira etapa de vacinação fora dos hospitais e dos lares, é o edifício sede do ACES que servirá de quartel general para a administração das vacinas. Lá, estão colocados quatro pontos de vacinação, que podem ser utilizados em simultâneo. Fora do edifício estão instaladas duas tendas, uma para aguardar pela chamada dos enfermeiros e outra a servir de sala de recobro.
Entre as dosagens por quatro utentes, passam oito minutos e, nesse período, os 8 enfermeiros do centro de saúde vão diluindo as doses da vacina da Pfizer. Para a maioria o processo não é novidade: vacinaram profissionais de saúde e idosos em lares na primeira fase do plano de vacinação.
“Já tenho experiência mas vou aprendendo todos os dias. É preciso tranquilizar os utentes, desmistificar algumas teorias e dizer-lhes que não vai doer. Ao fim de 24 horas o inchaço passa”, conta à RUM a enfermeira Céu Ameixinha.
Quem não precisou de explicações ou de aconselhamento foi Adriano Fiusa, utente de 73 anos, hoje vacinado por ter “patologias associadas”, e a quem a vacina não preocupa. “Não tive receio nenhum. Eram seis da manhã e já estava a pé. O que a vacina pode provocar é o que qualquer outra vacina provoca”, diz.
O utente foi um dos 50 convocados para tomar a vacina no centro de saúde de Braga através de sms. “Recebi uma mensagem a dizer que fiquei registado e a pedir para aguardar novos contactos por telefone”, conta Adriano.
Nesta fase, os utentes podem ser chamados “através de sms, chamada ou carta”, explica o diretor executivo do ACES de Braga, Domingos Sousa. Depois de contactados, têm de aguardar pelo dia, hora e local para serem vacinados.
No final, diz a enfermeira Céu, importa que a vacinação seja o “sinal de esperança para acabar com a pandemia”.
