“Vacina da Astrazeneca é tão segura como os fármacos de uso diário”

Portugal deve anunciar ainda hoje a suspensão da administração da vacina da AstraZeneca em grupos etários mais jovens, à semelhança do que já foi determinado em países como Alemanha, Espanha, França, Itália, Países Baixos ou França.
A decisão surge um dia depois de a Agência Europeia do Medicamento e da Organização Mundial de Saúde terem confirmado uma possível ligação, em casos muito raros, entre a vacina e a formação de coágulos sanguíneos.
À RUM, o infecciologista Alexandre Carvalho considera que, apesar do anúncio, “o benefício da vacina não está a ser ponderado”, exemplificando que em um milhão de doses administradas “evitam-se 30 mil infeções graves” e “provocam-se apenas três casos com efeitos laterais graves”.
Lembrando que muitos dos efeitos secundários dos fármacos “só são detetados em situação real”, o especialista defende que a vacina da Astrazeneca é “tão segura como a esmagadora maioria dos fármacos que são aprovados para uso diário”, dando o exemplo de medicamentos como o Paracetamol que, “se tomado de forma excessiva, pode ser mortal”.
Para Alexandre Carvalho, a gestão da administração do fármaco da farmacêutica britânica tem sido “desastrosa” e “só cria dúvidas nas pessoas”, revelando ter conhecimento de casos de cidadãos, em Portugal, que já manifestaram reservas em tomar a vacina.
