Urgência de Cirurgia Geral de Braga garantida por apenas dois cirurgiões

A urgência de Cirurgia Geral do Hospital de Braga está a ser garantida, numa parte significativa dos dias, por apenas dois cirurgiões. A informação é avançada pelo Conselho de Administração da unidade hospitalar em resposta a um pedido de esclarecimento da RUM depois das declarações do Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, que este fim de semana denunciou que alguns hospitais, entre eles o de Braga, estavam a funcionar sem o número mínimo de médicos para poderem cuidar dos doentes em segurança.
Na resposta às perguntas da Universitária, o Hospital de Braga declara que “por diminuição da disponibilidade médica, a equipa de urgência de Cirurgia Geral, numa parte significativa dos dias, passa a ser composta por dois cirurgiões, podendo existir alguns condicionamentos que, porém, não comprometem a resposta aos utentes internados ou aos doentes emergentes e muito urgentes que recorrem por modo próprio ao hospital”.
De frisar que este serviço não encerrou durante o mês de outubro e não há previsão de condicionamentos durante o mês de novembro.
Na entrevista ao jornal Público, o bastonário dá um exemplo: “se um serviço tiver dois cirurgiões já é possível ir para o bloco (operar). Se tiver só um, não, e não se pode dizer à população que há ali resposta de cirurgia”.
Outra das questões levantadas deve-se à falta de comunicação destas situações a entidades como o INEM o que acaba por criar “uma falsa sensação de segurança aos doentes”. Ora, em resposta, o Conselho de Administração do Hospital de Braga assegura que “notificou o CODU, o INEM, a linha SNS24 e os hospitais envolventes dos possíveis condicionamentos no Serviço de Cirurgia Geral, garantindo, mesmo assim, uma resposta positiva às necessidades da região”.
O Hospital de Braga reitera o seu empenho “em prestar cuidados de saúde de excelência, e procura, constantemente, reunir as condições necessárias, com vista a garantir o acesso permanente aos Serviços, minimizando o possível impacto aos utentes da região”.
Esta semana, deverão ser publicados os mapas com o funcionamento rotativo das urgências de ginecologia-obstetrícia, de pediatria, entre outras, que estão já obsoletos.
Recorde-se que os médicos estão a recusar fazer mais que as 150 horas extraordinárias previstas na lei. Esta quarta-feira, 8 de novembro, há nova ronda negocial entre médicos e o Ministério de Saúde.
