Universidades são porta de entrada para estrangeiros que procuram país para trabalhar
As universidades estão a servir como porta de entrada de estrangeiros que procuram Portugal para trabalhar. De norte a sul do país, as instituições de ensino superior também são uma “barriga de aluguer” para que estes cidadãos consigam visto de estudante. Segundo a presidente da Rede Portuguesa de Provedores do Estudante do Ensino Superior, Rosa Vasconcelos, todas as universidades têm casos destes já identificados. Diz que é preciso abordar publicamente o tema para que os ministérios com responsabilidade na matéria possam atuar, à semelhança das próprias instituições de ensino superior. Defende também que uma vez por mês, um funcionário da Agência para a Integração, Migrações e Asilo desempenhe as suas funções no interior das universidades.
Maioria chegam da Guiné e da Nigéria
Esta terça-feira em entrevista ao programa Campus Verbal, a provedora do estudante admitiu que se trata de “um problema genérico que está a preocupar todas as universidades”. Nestas circunstâncias, os casos identificados chegam sobretudo da Guiné e da Nigéria. “Não podemos compactuar que sejamos a barriga de aluguer para que consigam visto de estudante mas venham para cá trabalhar. Entendo que queiram ter uma vida melhor, mas não pode ser assim”, explica.
Além do governo, as próprias universidades também têm responsabilidades. Rosa Vasconcelos assume que “um ponto de ataque da rede este ano é o pedido para que um funcionário da AIMA passe uma vez por mês nas universidades “porque há necessidades muito diferentes”. Já no seio das instituições sugere uma análise por semestre à atividade e sucesso académico do aluno. “Também devemos ter a abertura de dizer que ao fim de um semestre o aluno não fez nada e, por isso, é preciso perceber o que é que se passa”, refere.
A provedora do estudante considera que a exposição pública destas questões pode travar o fenómeno. “Acho que tem que ser uma responsabilização de parte a parte e se for conhecido as pessoas deixam de usar as universidades para chegar a Portugal. Vêm para cá e depois não têm condições, não têm emprego”, lamenta.
