UMinho vai criar nova carreira de gestor de ciência e tecnologia

A Universidade do Minho lançou, há um mês, uma consulta pública com o intuito de criar uma nova carreira: gestor de ciência e tecnologia. Esta possibilidade só é possível, pelo facto da UMinho ser uma fundação pública com regime de direito privado. No caso do CEB – Centro Engenharia Biológica, mais concretamente no âmbito do LABBELS – Laboratório Associado em Biotecnologia, Bioengenharia e Sistemas Eletromecânicos, serão contratados seis profissionais nestas carreiras com contratos permanentes.

De acordo com o estudo “Perspetivas de carreiras para doutorados na Universidade do Minho”, que será apresentado esta quarta-feira, pelas 10h00, no auditório B2 do campus de Gualtar, em Braga, “todos os diretores dos Centros de Investigação da academia que responderam ao questionário consideram absolutamente essencial uma carreira ou posição de técnico doutorado de gestão de ciência. 92% considera importante uma carreira de doutor para a comunicação de ciência e 75% considera importante carreiras técnicas de doutorados para apoio a atividades de investigação”, elenca Nuno Cerca.

O diretor do Centro de Engenharia Biológica e membro do Conselho Geral, recorda que todas estas necessidades devem-se ao facto do decreto-lei que estabelece a carreira de investigação científica, em Portugal, remontar ao ano de 1999. ora, 24 anos passados, o contexto científico evoluiu para um sistema profissionalizado.


“Na UMinho temos equipamentos de alguns milhares de euros que precisam de um técnico muito especializado para desempenhar essas funções de forma permanente. Muitas dessas posições são assumidas por pessoas com contratos temporários e, ao final de seis anos, a pessoa ou fica com contrato permanente, mas não se sabe bem em que carreira ou tem de ser despedida”, alerta.


53% dos inquiridos não concorda com a possibilidade da fusão das carreiras de investigador e docente. 


Quando o tema passa para o interior dos laboratórios, 26% dos inquiridos considera os equipamentos à disposição desadequados ou muito desadequados. “É absolutamente necessário reequipar os laboratórios”, contudo, isso não depende apenas da UMinho. Nuno Cerca frisa que os investigadores reconhecem que existe uma falta de financiamento da parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Quanto aos espaços de socialização na instituição, 27% consideraram-nos desadequados ou muito desadequados e 20% tem o mesmo veredito para o apoio administrativo.

O investigador alerta para o facto de, no próximo ano, os contratos da norma transitória com um máximo de seis anos estarem a fechar ao fim, o que poderá criar graves problemas quer para as instituições de ensino superior quer para os investigadores. Uma vez que as universidades públicas não têm autonomia para criar estas “carreiras alternativas”, terá de ser o Ministério a dar uma resposta a esta pressão, pois estes vínculos não poderão dar origem a novos contratos a termo nas instituições.

Questionado sobre a possibilidade de este estudo vir a ser apresentado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nuno Cerca diz ser pouco provável, visto que há alguns anos atrás a ANICT – Associação Nacional de Investigadores em Ciência e Tecnologia apresentou conclusões semelhantes, com um estudo com escalada nacional, e nada foi feito.

A sessão de apresentação pode ser acompanhada no canal de Youtube da UMinho. 

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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