UMinho. Tiago Miranda defende plano estratégico, vice-reitor diz que academia “faz muito com o pouco que tem”

Para Tiago Miranda, falta à Universidade do Minho “um plano estratégico, ancorado no plano de ação e num plano de resiliência financeira”, que permita à academia ter uma visão de futuro. A visão foi partilhada na reunião ordinária do Conselho Geral, realizada esta sexta-feira, depois do vice-reitor Eugénio Campos Ferreira ter apresentado a organização do sistema de investigação e inovação da UMinho.
Na apresentação, o vice-reitor lembrou que a UMinho está entre as 401 e as 500 melhores universidades do mundo, sendo a terceira a nível nacional, de acordo com o Academic Ranking of World Universities 2022. Além disso, de acordo com o Ranking de Shangai, a academia minhota lidera, em termos nacionais, nas áreas do Direito, Comunicação e Educação.
O conselheiro Tiago Miranda reconhece que “a UMinho tem hoje um sistema de inovação e investigação maduro, tem apresentado bons resultados e, apesar das dificuldades, o sistema tem sido resiliente”. No que diz respeito aos rankings, o conselheiro defendeu “análise mais profunda”, com base nas universidades com quem a academia concorre a nível nacional. “A Universidade do Porto, a de Aveiro e a Nova de Lisboa subiram no ranking, a UMinho manteve-se entre as 401 e as 500 melhores do mundo. Devemos refletir se queremos ser a melhor universidade neste ranking w o que devemos fazer”, apontou. Para isso, acrescentou, “falta identificar as fraquezas e ameaças”.
Na resposta, o reitor Rui Vieira de Castro explicou que em causa não está “um documento de natureza estratégica, mas apenas um que sistematiza a informação”. “Os rankings são uma realidade que se nos impõe, mas não me parece que devam ser assumidos como instrumento de regulação da nossa atividade”, frisou.
Por outro lado, Eugénio Campos Ferreira lembrou que os rankings “têm expressão na captação de alunos e alunos estrangeiro e na colaboração internacional”.
O vice-reitor explicou ainda que os rankings não têm em conta o financiamento das universidades. “Por exemplo, a Universidade de San Diego está na 11.ª posição do ranking e tem 3,5 mil milhões de euros de orçamento por ano, que é superior à soma do orçamento de todas as universidades portuguesas. A UMinho faz muito com o pouco que tem”, afirmou.
UMinho vai duplicar número de cientistas mais citados no mundo
De acordo com as informação avançadaspelo vice-reitor Eugénio Campos Ferreira, a UMinho terá “uma melhoria próxima, duplicando o número de cientistas mais citados no mundo”. No entanto, antecipando o cenário futuro, “esse número irá reduzir no ano seguinte”.
Na exposição que apresentou ao Conselho, o vice-reitor evidenciou os 650 projetos de investigação que a academia tem em cursos, num valor de 150 milhões de euros (ME).
A UMinho é a segunda maior universidade portuguesa com o maior numero de docentes em unidades de investigação, 89%, só superada por Aveiro, que tem 91%.
O vice-reitor fez saber que a academia minhota tem o “investimento mais elevado, 84ME, no período do QREN e do Portugal 2020, em projetos de co-promoção, e lidera a lista dos beneficiários com maiores financiamentos recebidos do Portugal 2020, com 171 ME para 589 projetos”.
Dos 355 investigadores que fazem parte da academia, quase metade, 155, são da Escola de Engenharia.
“Na próxima semana, sairá um novo despachos, que vai atualizar os processos de recrutamento de doentes onde se prevê a não adoção de procedimentos meramente quantitativos, baseados em indicadores, na contagem de publicações ou no calculo cumulativo dos seus fatores de impacto, assume que o conteúdo da produção cientifica é mais relevante que as métricas da publicação”, informou.
No que diz respeito a patentes, a UMinho também se destaca. Foi o requerente português que mais pedidos fez este ano, 13. O ano passado foram 19 e em 2020 o número de patentes ultrapassou as duas dezenas (24). Desde 2017, foram 109. No mesmo período, a UPorto, segunda maior requerente, apresenta 95 pedidos de patentes nacionais.
Além disso, destacou o vice-reitor, a UMinho tem 48 spinoffs ativas.
