UMinho testa em Guimarães e Gaia sistema inteligente contra eventos extremos

A Universidade do Minho está a trabalhar num sistema inteligente de proteção e gestão de infraestruturas críticas urbanas perante eventos extremos como cheias, fogos ou acidentes industriais. O trabalho está a ser desenvolvido em parceria com a Universidade de Coimbra e a PH Informática. O “InfraCrit”, nome do projeto, conta com 725 mil euros do Portugal 2020/FEDER até setembro.
A ferramenta já está a ser testada nas cidades de Guimarães e Gaia. A nível internacional está a decorrer um caso piloto na Albânia mais direcionado para a componente sísmica.
José Campos e Matos, professor da Escola de Engenharia da UMinho e coordenador da parte da instituição minhota do projeto, foi o convidado do último UMinho I&D. Aos microfones da RUM, o coordenador do projeto na academia minhota, explica que este sistema inteligente deverá permitir às autarquias e gestores das diferentes infraestruturas críticas urbanas, como hospitais, uma melhor gestão das mesmas perante eventos extremos.
Trata-se de identificar possíveis edifícios ou estruturas que, a título de exemplo no cas de incêndio, poderão estar mais expostas e com maior probabilidade de disrupção. A ferramenta acaba por propor medidas de mitigação e robustez para que as autoridades e cidadãos saibam como agir.
Na cidade berço o foco são os incêndios, já em Gaia o evento extremo em análise são as cheias junto ao rio Douro. Para o investigador do Instituto de Sustentabilidade e Inovação em Engenharia de Estruturas as duas cidades têm vindo a desenvolver respostas importantes aos fenómenos. “Obviamente esta ferramenta vai ajudar a tomar melhores decisões com custos controlados”, declara.
As medidas de mitigação e robustez podem passar pela construção de diques, definição de caminhos de escape ou criação de zonas tampão com espécies autóctones, sendo que as respostas variam consoante o índice de criticidade de cada região.
“A destruição parcial ou total de infraestruturas resulta na maioria dos casos na perda de vidas humanas, a pior consequência de um incidente, mas também em prejuízos materiais, desde redes de transporte (aéreos, rodoviários, ferroviários e marítimos), de energia (elétrica, eólica, hídrica, refinarias, centrais nucleares), de tecnologia (internet, centros informáticos, software) ou sociais (edifícios culturais, comerciais, desportivos, financeiros), gerando assim tensões sociais e mais despesa para o Estado e os privados”, clarifica José Campos e Matos. O InfraCrit traz, por isso, externalidades positivas e criação de valor para as entidades que utilizarem essa ferramenta, sublinha.
Os resultados dos testes feitos na cidade berço, em Gaia e na Albânia serão apresentados em meados de setembro num workshop internacional.
