Satisfibre. Spin-off pretende introduzir celulose bacteriana na indústria alimentar

A ´Satisfibre`, spin-off da Universidade do Minho instalada no polo de Famalicão da academia, está a desenvolver celulose bacteriana que pode ser utilizada na indústria alimentar. Em entrevista ao UMinho I&D, o investigador do CEB – Centro de Engenharia Biológica, Miguel Gama, explica que a spin-off está especialmente interessada nas bactérias utilizadas na produção de vinagre.
Questionado sobre as principais diferenças entre a já conhecida celulose vegetal e a novidade muito popular no continente asiático, o docente explica que “a celulose bacteriana é produzida no estado puro”, já a “celulose vegetal vem misturada com muitos outros polímeros, sendo difícil isolá-la completamente”, refere.
A empresa conta como parceiro e investidor Manuel Martins da Carnes Campicarnes. No futuro, a equipa espera que seja possível fazer chegar ao mercado produtos como molhos, com celulose bacteriana, visto que, de acordo com Miguel Gama, esta é uma opção mais segura quando comparada com a celulose vegetal.
“A textura que se consegue com a celulose bacteriana é claramente diferente”, adianta. Num estudo realizado pela equipa foi possível perceber que a celulose bacteriana tem um desempenho bastante superior quando comparada com a celulose vegetal. “Utilizando 10% do que seria necessário com celulose vegetal”, conseguiram estabilizar emulsões, o que torna o material “bastante mais competitivo na área alimentar”.
A celulose bacteriana também pode ser utilizada para estabilizar misturas de cremes, molhos, gelados, entre outros.
Atualmente, a ´Satisfibre` está também a trabalhar no setor têxtil para encontrar um substituto ao algodão, de modo a promover um menos consumo de água.
