UMinho. Pedro Arezes encabeça lista ao Conselho Geral

É oficial. Há duas candidaturas de representantes de docentes e investigadores às eleições para o Conselho Geral (CG) da Universidade do Minho (UMinho). Depois de Eugénio Campos Ferreira, foi anunciada, na noite desta terça-feira, uma outra lista, encabeçada por Pedro Arezes, atual presidente da Escola de Engenharia. A candidatura foi na noite desta terça-feira oficializada junto da comunidade académica, através de um comunicado oficial assinado pelo também Diretor do Programa MIT Portugal.
“Transformar o presente e inspirar o futuro” é o mote do programa que apresenta como pilares a valorização e inclusão; a inovação e modernização; a autonomia, simplificação e transparência.
À RUM, o professor catedrático explicou que representa um movimento que não nasceu pré-determinado, mas que surgiu (há algum tempo) “de um conjunto de partilhas a partir das bases da universidade, das suas unidades orgânicas”, daí que esta seja uma lista constituída por colegas de diferentes proveniências, mas que “está alinhada no essencial”.
Pedro Arezes vincou que o foco nas eleições deve estar “no que se pretende fazer” e não no passado. Com uma mudança de ciclo à vista, afirma que é tempo de “pensar em conjunto uma universidade que seja centrada nas pessoas e sobretudo também apontada ao futuro, sendo ágil, dinâmica, atenta e responsável”.
“Respeitamos o enorme esforço daqueles que nos trouxeram até aqui, mas sobretudo entendemos que é um tempo de mudança e queremos abrir portas a novas formas de pensar”, clarificou.
“É um momento de viragem para a UMinho”
“Acolhimento à nossa proposta tem sido muito amplo”
Pedro Arezes assume também que a UMinho “não parou, cresceu e cresceu muito e esse crescimento foi acompanhado de metodologias, de práticas de gestão complexas, demoradas, muitas vezes difíceis de explicar a quem quer fazer avançar iniciativas” algo que na academia “é central”. Esta nova equipa pretende trazer “formas de reduzir a complexidade e aumentar a transparência”, motivando em simultâneo a comunidade para que sinta “ânimo para novos projetos”.
“As instituições precisam periodicamente de injeções de energia, de ouvir outras vozes, de prestar atenção a novos sinais que o mundo dá, este é o momento de viragem para a Universidade do Minho e percebe-se que as pessoas querem participar. O acolhimento à nossa proposta tem sido muito amplo”, revelou também.
Pedro Arezes esclarece que o lema escolhido resulta de um processo “coletivo e colaborativo”. Notando que na UMinho há “grandes desafios à espera”, Pedro Arezes alertou que é preciso colocar as pessoas no centro. “Queremos trabalhar e viver em maior equilíbrio, em espaços mais cuidados e dignos”, disse também. Modernização, transparência e comunicação interna são outros aspetos mencionados por esta candidatura.
“Não partilhamos deste sentido de continuidade”
Eugénio Campos Ferreira, até há menos de uma semana vice-reitor da instituição, é o candidato da outra lista ao CG. Protagoniza um projeto que surge alicerçado na visão da equipa do atual reitor, Rui Vieira de Castro. Sobre essa continuidade anunciada prefere referir que “quem vota saberá bem analisar os percursos”.
“A outra candidatura é composta por pessoas que respeitamos, mas que tiveram percursos diferentes dos nossos. Não partilhamos deste sentido de continuidade, queremos pensar em novos caminhos e novas possibilidades que se abrem com este novo ciclo. Precisamos de uma universidade que se liberte de alguns lastros que a vão imobilizando e que seja aberta a novas ideias, e sobretudo a novos atores, e que de alguma forma se modernize”, acrescentou.
Pedro Arezes assume que pretende candidatar-se posteriormente a reitor
Pedro Arezes disse também que “por uma questão de transparência” fazia sentido anunciar que pretende, posteriormente, apresentar uma candidatura a reitor. “O nosso foco está na eleição para o CG, mas não podemos deixar de fazer este exercício de transparência e de o fazer com propostas concretas que a seu tempo deverão ser concretizadas através de um plano de ação que constará numa candidatura a reitor”, afirmou.
Para o professor catedrático, o reitor “deve viver de forma solidária e empática com a sua comunidade, em permanente diálogo” e deve ter “uma voz firme e permanente no espaço público”.
Pedro Arezes é natural de Barcelos e vive em Guimarães, sendo doutorado em Engenharia de Produção e Sistemas pela UMinho. É diretor do Programa MIT Portugal desde 2016. Trabalhou por vários períodos em universidades estrangeiras, como TU Delft (Holanda), MIT e Harvard (ambas nos EUA), tendo sido bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Fundação Gulbenkian e Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.
Campanha eleitoral arranca dia 4 de março. Eleições realizam-se a 19 do mesmo mês
As eleições para definir os representantes dos docentes e investigadores, estudantes e pessoal técnico, administrativo e de gestão decorrem a 19 de março. A campanha eleitoral decorre de 4 a 17. Depois da eleição, os membros eleitos tomam posse, na primeira reunião do Conselho Geral.
