Estudo da UMinho pode impactar a economia vitivinícola a nível global

Um estudo de uma equipa do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Escola de Ciências da UMinho pode mudar o panorama da produção de vinho.
O trabalho, que acaba de sair numa revista científica, pode impactar a economia global, uma vez que mostra que há leveduras que eram consideradas prejudiciais e que, afinal, podem influenciar a qualidade dos vinhos pela positiva, tal como explica o investigador Ricardo Franco-Duarte.
“Achava-se que todas as outras espécies seriam prejudiciais, levariam a maus vinhos, maus sabores, maus aromas, má capacidade fermentativa. O conhecimento científico tem avançado e tem-nos mostrado o contrário. Não só não são prejudiciais, como estas espécies alternativas, não convencionais, são boas porque trazem diversidade, novos aromas, novos sabores.”
Entrevistado pelo programa UMinho I&D da RUM, o co-autor do estudo, em conjunto com mais cinco investigadores, revela a descoberta dos conjuntos genéticos ‘fermentoma’ e ‘flavoroma’, que podem revolucionar a produção de vinho. “Por um lado, o fermentoma, com um conjunto de genes que tem um bom papel fermentativo, capazes de fermentar o mosto em várias condições de uma maneira que nós achamos que é mais favorável. Do outro lado, o flavoroma, que ajuda a explicar um bocadinho que genes é que estavam presentes nas leveduras que levam à produção de aromas e sabores mais desejáveis.
O estudo foi recentemente publicado numa influente revista na área dos fungos, a “Studies in Mycology” e é 100% Universidade do Minho, algo que orgulha o investigador. “Conseguimos mostrar que não é preciso porque uma investigação 100% do mesmo centro, da mesma universidade, só com autores portugueses, consegue chegar a uma revista bastante importante, principalmente para quem trabalha com fungos.”
O investigador Ricardo Franco-Duarte foi o convidado do programa UMinho I&D que pode ser ouvido em podcast no site da RUM.
