“Mais uma bandeira de afirmação do setor aeroespacial”. UMinho cria programa de lançadores suborbitais
A Universidade do Minho criou o programa de lançadores suborbitais NORTH: uma plataforma para desenvolver e testar sistemas que sobem até 100 km de altitude nas fronteiras da atmosfera terrestre. Em entrevista à RUM, o coordenador da iniciativa e diretor do curso de Engenharia Aeroespacial da UMinho, Gustavo Rodrigues Dias, referiu que o projeto espera lançar novas soluções científico-tecnológicas, formar engenheiros altamente qualificados e reforçar a investigação e a economia nacional na área.
“O objetivo deste programa é integrar a investigação que está a decorrer na UMinho, em particular na propulsão de foguetes, num programa de lançadores que permite maturar essas tecnologias no contexto de lançadores e também desenvolver trabalhos académicos, teses e desenvolvimento de tecnologia”, explicou.
O que é um lançador suborbital? “São lançadores que não entram em órbita, tocam nos limites da atmosfera terrestre. Voam, fazem a sua trajetória na atmosfera terrestre, não entrando em órbita, e depois retornam à Terra a partir de uma trajetória balística”, especificou.
A implementação do projeto vai contar com a participação ativa de estudantes, investigadores e professores da UMinho e da Academia da Força Aérea. “Há aqui uma dimensão de formação de engenheiros que vão criar uma experiência forte neste tipo de elementos aeroespaciais, algo que não é muito comum. Não há nenhum programa de lançadores, neste momento, em curso em Portugal com este tipo de objetivo. Para a Universidade vai ser, obviamente, mais uma bandeira de afirmação do setor aeroespacial”, acrescentou.
Este programa vai decorrer na Escola de Engenharia da UMinho, em especial no edifício destinado à engenharia aeroespacial na Fábrica do Arquinho, em Guimarães, quando as obras estiverem prontas. O docente apontou para o final de 2026. Vai ainda estabelecer uma zona de testes e lançamento no aeródromo do Cerval, entre Vila Nova de Cerveira e Valença.
