“UMinho atingiu dimensão que não estava nas previsões mais otimistas da comissão instaladora”

Sérgio Machado dos Santos diz-se “muito orgulhoso” da Universidade do Minho que ajudou a construir. Foi um dos primeiros professores da instituição e, na altura, não sonhava com o dia em que se tornaria reitor, cargo que ocupou entre 1985 e 1998.

Conheceu de perto Carlos Lloyd Braga, o primeiro reitor da UMinho, a quem reconhece o mérito de ter reunido “uma equipa extraordinária na comissão instaladora, que conseguiu planear e lançar as bases de um grande projeto que gerou uma grande universidade de âmbito e prestígio internacional”.

“Foi fundamental a capacidade de liderança e sentido político do professor Lloyd Braga”, disse em entrevista à RUM, a propósito dos 50 anos da UMinho. Ajudou a desenhar “planos de curso, planos de estudo ou laboratórios”, mas garante que tudo foi feito “com grande entusiasmo e, até, com espírito de família”.

A construção das instalações, em Gualtar, foi “um dossiê difícil, que levou mais de dez anos” a avançar.

Sérgio Machado dos Santos exerceu “vários níveis da liderança dentro da Universidade, incluindo o Conselho Científico, que teve um papel fundamental na formação das pessoas”. O professor foi também responsável por “identificar jovens docentes com potencial para se lançarem na carreira universitária, ajudá-los a conseguir bolsas, criar bolsas dentro da própria Universidade, para os mandar para bons centros internacionais”. No seu entender, esta “aposta na qualificação criou as bases para a Universidade de Minho ter a projeção que tem no domínio da investigação”.

Reconhece que, hoje em dia, a UMinho enfrenta “novos desafios”, mas admite que a instituição “atingiu uma dimensão que não estava nem nas previsões mais otimistas que alguma vez foram feitas, no tempo da comissão instaladora”.

O antigo reitor considera que a Universidade deve “continuar a investir na motivação para a investigação, tentando ter em números perspetivas de valorização do conhecimento”.

“Eu tive o privilégio de viver numa Universidade que inicialmente era uma família. Eu, durante alguns anos, conhecia todos os funcionários da Universidade pelo nome e até os alunos iniciais. Obviamente, neste momento é algo de impensável”, comentou.

Na opinião do antigo reitor, “a Universidade tem que tentar fazer todos os possíveis para manter uma grande coesão interna, sem prejuízo de haver visões divergentes, porque será a melhor maneira de continuar a projetar a Universidade com prestígio e com qualidade”.

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Liliana Oliveira
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