“Uma mão cheia de nada”. FCT continua sem dar resposta a bolseiros

“Uma mão cheia de nada”. É assim que a vice-presidente da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) descreve, aos microfones da RUM, a reunião desta terça-feira com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

A ABIC partiu para o encontro digital com “algumas expetativas”, contudo estas foram “defraudadas”. Maria João Antunes denuncia uma clara falta de comunicação entre a FCT e o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor. Recorde-se que o ministro garantiu numa audição regimental na comissão parlamentar de Educação, Ciência, Juventude e Desporto, a 19 de Janeiro de 2021, que “todos os bolseiros que tiveram problemas de impacto na sua atividade, em associação com a situação pandémica, puderam estender as suas bolsas”.

Ora, segundo a vice-presidente da ABIC, “a FCT não tem qualquer indicação nesse sentido”. Neste momento, o que está a ser avaliado pela FCT é a prorrogação apenas das bolsas que financia diretamente. Esta foi a decisão tomada no primeiro confinamento, em 2020. 

A ABIC alerta para o facto desta posição colocar, uma vez mais, milhares de bolseiros em dificuldades. Devido ao prolongamento do Estado de Emergência continuará vetada a livre circulação, o que irá dificultar as recolhas de campo e entrevistas. De realçar que mesmo que alguns projetos sejam estendidos no tempo, o mesmo não irá acontecer com as bolsas.

A prorrogação dos concursos incluindo o Concurso de Estímulo ao Emprego Científico (CEEC), também foi recusada pela FCT. Quanto às dificuldades dos bolseiros que estão em teletrabalho com filhos menores de 12 anos, nem uma palavra da parte da FCT sobre esta matéria.

A única boa notícia recai sobre a atualização do valor das bolsas de investigação, devido ao aumento do salário mínimo nacional, que ao que tudo indica será uma realidade. O processo está em análise, sendo que a atualização deverá ser de aproximadamente 4,5%.

Maria João Antunes anuncia à Universitária que a ABIC vai solicitar uma audiência com o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a quem irá fazer chegar todas estas problemáticas. Outro dos assuntos que será levantado está relacionado com a cobrança indevida por parte de algumas universidades portuguesas que estão a obrigar os bolseiros e estudantes a “pagar mais meio ou um ano de propinas para defender as teses”. De acordo com a ABIS, o maior número de queixas tem origem na Universidade do Porto.

Em 2020, a FCT concedeu 2.155 novas bolsas de doutoramento. A fundação fechou o ano com uma execução financeira de 533 milhões, que representa um aumento de 04% em relação a 2019.

Partilhe esta notícia
Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Praça do Município
NO AR Praça do Município A seguir: Clube de combate às 13:00
00:00 / 00:00
aaum aaumtv