Uma em cada dez empresas não conseguiu pagar salários ou impostos

Em Março, 9,3% das empresas não conseguiu cumprir obrigações salariais e fiscais. A conclusão é do segundo inquérito da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) sobre os efeitos económicos da pandemia.

O estudo mostra também que a vasta maioria das companhias vai avançar para alguma forma de ajuda disponibilizada pelo Estado, mas 66% queixam-se de imprevisibilidade das medidas devido à sua constante alteração.

Quatro em cada dez ponderam recorrer às linhas de crédito, e 38,3% indicam que vai aderir ao lay-off simplificado. Apenas 11% das inquiridas afirma que, para já, não vai aceder a nenhuma medida de apoio.

Mais de metade (52,5%) das 162 empresas questionadas pela CCIP afirma que vai pedir o fracionamento do pagamento de impostos, e 48,8% refere que vai diferir os pagamentos à segurança social.

As firmas queixam-se ainda dos critérios de acesso ao pacote de ajuda: 54,3% consideram que a exigência da redução da faturação em 20% é um constrangimento grande; 22,8% desaprovam o critério de obrigatoriedade de ter tido resultados positivos, enquanto 13,6% criticam a regra que obriga a ter os impostos e contribuições sociais em dia.

Uma grande maioria (73,5%) sente o reflexo mais negativo da crise nas vendas no mercado nacional, enquanto 43,2% identificam os problemas de tesouraria como o maior constrangimento.

As vendas para o exterior também são um problema: 29% identificam quebras nos negócios com países da União Europeia, e 27% para países não comunitários.

Nos factores de produção, 22,8% das companhias dizem estar a sentir dificuldades por causa de reduções do número de trabalhadores devido a problemas de saúde ou quarentena. Quase 23% dizem estar a sentir dificuldades no cesso a matérias-primas.

Ainda 35,2% das marcas referem que não conseguem sobreviver mais 30 dias sem receber um apoio de tesouraria. No último inquérito, há uma semana, eram 23%.

A Câmara de Comércio e Indústria exige, por isso, que o Governo crie um gabinete de crise que partilhe com as empresas a informação sobre as medidas e que oiça os empresários, de forma a garantir o acesso aos apoios financeiros. A CCIP entende que existe “um bloqueio generalizado, fundamentalmente, motivado pela pouca clareza de comunicação e alterações constantes das informações de acesso às medidas”.

Este inquérito questionou 162 empresas de vários setores: comércio (21%), indústria (19,5%) e serviços (59,5%).

TSF

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