Um ano de guerra no Médio Oriente. Um conflito com “desproporção grande de forças”

Assinala-se esta segunda-feira, 7 de outubro, um ano desde o ataque do Hamas a Israel que desencadeou a ofensiva do Estado hebraico na Faixa de Gaza.
Para esta segunda-feira estão previstas, em diversos países no mundo, vigílias em memória das vítimas do conflito. Em declarações à RUM, o professor de Ciência Política da Universidade do Minho, José Palmeira, refere ser “surpreendente” a duração do conflito tendo em conta a “desproporção grande de forças”. “Aquilo que talvez seja mais marcante é o facto de o conflito permanecer durante tanto tempo, sabendo nós que há uma desproporção muito grande de forças entre Israel e o Hamas”, afirma.
José Palmeira conta que o dia-a-dia na faixa de Gaza “são bombardeamentos israelitas e uma intervenção militar terrestre”.
O conflito estende-se agora da Faixa de Gaza e da Cisjordânia ao Líbano e ameaça abarcar o Irão. “Ultimamente, Israel tem bombardeado não só o sul do Líbano, onde se encontram as forças do Hezbollah, mas também a própria capital, Beirute, onde, alegadamente, se encontram os comandantes e os dirigentes deste grupo”, comenta, antecipando um alargamento do conflito.
Sobre o futuro, o especialista destaca o resultado das eleições nos EUA como um ponto crucial no desenvolvimento das ações de Israel. As eleições de 5 de novembro vão trazer alguma “clarificação”: “se Donald Trump vencer, à priori Israel terá um aliado para retaliar de uma forma muito mais intensa o Irão e, eventualmente, atacar a sua capacidade nuclear. Se for Kamala Harris, é de esperar que continue a haver uma tentativa de dissuadir Israel de escalar o conflito”, acrecenta.
Em resposta ao ataque do Hamas, movimento considerado terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos, o exército israelita lançou uma investida contra a Faixa de Gaza que, até à data, causou a morte de aproximadamente 41.800 pessoas, além de mais de 700 palestinianos mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
