“Um absurdo”. Sala de hemodinâmica do Hosp. Guimarães continua sem funcionar

O presidente da Câmara de Guimarães não compreende a razão pela qual a sala de hemodinâmica do Hospital Senhora da Oliveira ainda não está em funcionamento. O assunto foi abordado na reunião de câmara desta quinta-feira e na conferência de imprensa que se seguiu.
Adquirido há mais de três anos através de mecenato, por uma verba de 2,5 milhões de euros, o equipamento, que tem como função, por exemplo, intervir em pessoas que sofrem enfartes do miocárdio, continua inutilizado.
Em declarações aos jornalistas, Domingos Bragança classificou este cenário como “absurdo”, alertando que a necessidade de os doentes se deslocarem para outros hospitais, como Braga ou Vila Nova de Gaia, pode “fazer a diferença entre continuar a viver ou a morrer”.
“O centro de hemodinâmica está instalado na unidade de Cardiologia. É uma dor de alma olhar para aquele equipamento que faz tanta falta e ver que ainda não funciona”, lamenta.
Domingos Bragança refere que Hosp. Braga pode ter papel decisivo
Em todo o país existem 19 unidades de hemodinâmica. No distrito de Braga há apenas um, no Hospital de Braga. Alegadamente, de acordo com as informações recolhidas por Domingos Bragança, a utilização do equipamento em Guimarães está dependente do hospital bracarense.
O autarca explica que Marta Temido, ministra da Saúde, a quem pediu uma nova audiência sobre o assunto para as próximas semanas, e a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) “concordam com a importância” da sala hemodinâmica, mas que isso não tem sido suficiente.
“Dizem-me [ministra e ARS-Norte] que é preciso consultar o Hospital de Braga. Depois, quando é preciso consultar, não sai decisão nenhuma”, adianta, referindo que “a decisão para quando dizem que é necessário consultar o Hospital de Braga”.
Contactado pela RUM, o conselho de administração do Hospital de Braga esclarece que “não tem poder de decisão no que diz respeito a outros hospitais, não tendo mais nada a acrescentar sobre o tema”. Já o Ministério da Saúde remete esclarecimentos para o Hospital Senhora da Oliveira, que, à RUM, disse que “não compete ao Hospital comentar declarações do senhor presidente da Câmara”.
