TUB fala em “momento histórico”. STAL garante ser “positivo mas não perfeito”

Os 254 motoristas dos TUB vão ter um aumento bruto mensal de 97,50 euros. A medida está prevista no primeiro Acordo de Empresa entre a empresa municipal e o STAL que representa 62% do universo de trabalhadores dos Transportes Urbanos de Braga. A assinatura do documento teve lugar no Salão Nobre dos Paços do Concelho, esta segunda-feira, ao final da tarde.

O acordo prevê o aumento geral dos salários, a definição da progressão nas carreiras e a atribuição de um prémio de gestão e assiduidade. A empresa municipal tem mais de 380 profissionais, sendo que uns estão em regime de cedência de interesse público e outros foram contratados diretamente pela empresa com contratos individuais de trabalho.

Nas palavras da administradora do TUB, Sandra Cerqueira, este é um “momento histórico”, depois de quase um ano de negociações, que terá um impacto financeiro na ordem dos 900 mil euros, entre aumentos salariais e posicionamento dos trabalhadores na nova grelha. Neste momento, o salário mínimo praticado pela empresa será de 785 euros.

No caso dos motoristas, o ordenado base será fixado nos 1.050 euros. Ou seja, foi aplicado “um aumento de até 10% nos primeiros seis escalões da grelha de motoristas, representando um aumento bruto mensal que ascende a 97,50 euros”.

Ao contrário da Agere, os TUB ainda não estão em condições financeiras para distribuir os lucros da empresa municipal pelos trabalhadores. Recorde-se que em 2013, a empresa apresentava uma situação “periclitante, quer em termos operacionais, quer financeiros, com uma situação de falência técnica”. A administradora fala em resultados transitados de mais de 7 milhões de euros, sendo que a empresa está a executar investimentos na ordem dos 18 milhões de euros. Logo, o que o acordo prevê é a atribuição de um prémio de gestão e assiduidade que pode chegar aos 300 euros por ano.

Trata-se de “um reconhecimento aos trabalhadores que são assíduos e um estímulo para os outros. Temos também um prémio de gestão, que são indicadores de gestão, ao nível da empresa toda”.

Questionada pela RUM, sobre se o impacto nas contas da empresa municipal irá colocar em causa o objetivo da autarquia de, em 2024, disponibilizar de forma gratuita os seus serviços aos estudantes do ensino superior, Sandra Cerqueira garante que não, visto que essa medida depende do contrato de concessão revisto anualmente com a Câmara de Braga.

O representante do STAL – Sindicato Nacional de Trabalhadores da Administração Local e Regional, Henrique Vila Longa, sublinha que este foi o “acordo possível”, sendo que caso se mostre necessário poderá ser reavaliado e progressivo.

Por seu turno, Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, afirmou que, face ao período de particulares dificuldades que se vive, é “fundamental que a primeira resposta” seja a de garantir aos cidadãos condições de dignidade para o exercício das atividades profissionais, condições de retribuição compatíveis com aquilo que são as responsabilidades que assumem e perspetivas de evolução das carreiras condizentes com as suas ambições.

“Este acordo demonstra a importância da valorização do diálogo com os trabalhadores e os seus representantes. É um momento histórico que nos deixa especialmente orgulhosos e que resulta do empenho de todos em contribuir para encontrar consensos numa lógica de partilha”, adiantou.

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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