TUB deve terminar 2020 com prejuízo acima de 1ME

A empresa municipal Transportes Urbanos de Braga (TUB) deve terminar o ano de 2020 com um prejuízo de “1,158 milhões de euros”. O número foi avançado por Sandra Cerqueira, membro da administração da empresa municipal, na reunião de Câmara desta segunda-feira.
O socialista Artur Feio e o comunista Carlos Almeida mostraram-se “preocupados” com os resultados da empresa municipal no 1.º semestre deste ano, já que “apresentava um resultado negativo de 850 mil euros”.
De acordo com a co-administradora dos Transportes Urbanos de Braga, os números registados até agora mostram que “as pessoas têm ainda algum receio de andar nos transportes públicos”, apesar da empresa ter feito “tudo para evitar esse medo, aplicando descontos no passe lay-off e investindo em equipamentos para garantir a segurança a bordo”.
QUEDA DE 45% DA RECEITA DIRECTA
Devido à pandemia, depois de registarem um crescimento do número de utilizadores e do volume de receitas desde 2014, a Transportes Urbanos de Braga prepara-se para encerrar o ano de 2020 com uma queda de 45% da sua receita directa face ao ano de 2019.
A empresa municipal anunciou, por isso, uma “pequena revolução no tarifário para 2021″. As medidas foram abordadas pelo administrador Teotónio dos Santos. Desde logo, viajar nos TUB vai passar a ser “gratuito para todos os alunos até ao 12.º ano, excepto para alunos do ensino profissional, porque já recebem subsídio de transporte”.
A medida aplica-se a estudantes que residam em Braga ou que residindo em outro município estudam em Braga. “O objectivo é promover a mobilidade sustentável, habituá-los a andar de autocarro e, por isso, ser-lhes-á atribuído um passe de rede geral”, adiantou o administrador.
Será ainda eliminada a coroa 2, que resulta em benefício económico directo para quase três mil utilizadores. O modelo tarifário da TUB passa, assim, a ser composto pela Coroa 1 (que abarca a zona mais urbana da cidade, onde residem cerca de 140.000 pessoas) e pela Coroa 2, correspondente à actual Coroa 3. O vereador da CDU desafiou os TUB a actualizarem também a Coroa 3.
A concretização destas medidas tem a sua base nas condições contratuais hoje existentes, seja ao nível do financiamento do PART (a reforçar em 2021), seja por via da celebração da contratualização do serviço de transporte com o Município de Braga.
Estas duas medidas, traduzem-se, a números de 2020, numa perda de receita directa de cerca de 350.000 euros.
“Cerca de 11% dos clientes que usavam a coroa 1+2 terão uma redução significativa no preço do tÍtulo de transporte e permite que os utilizadores da coroa 1 tenham mais espaço territorial para viajar, pelo mesmo dinheiro”, detalhou Teotónio dos Santos.
Questionada pelo vereador da CDU sobre a renovação da frota, a administração da empresa municipal adiantou que pretende continuar a investir. A esse propósito, o concurso para a aquisição dos 25 autocarros a gás natural terminou às 23h59 desta segunda-feira”, disse o administrador. Teotónio dos Santos lembrou ainda aquisição, este ano, de “seis autocarros a diesel, com nove anos de idade, por 345 mil euros”. A aquisição não mereceu a compreensão de Artur Feio. Ainda assim, o administrador lembrou que, apesar de serem usados e com nove anos de idade, os seis custaram quase tanto como custaria adquirir um autocarro eléctrico ou a gás natural. Recorde-se que esta não é a primeira vez que a empresa municipal recorre a este procedimento para substituir outras viaturas.
Conclusão da revitalização dos bairros sociais atrasada. Obra no bairro das Enguardas termina em Dezembro, em Santa Tecla só no final do próximo ano
Na reunião de Câmara desta segunda-feira, os partidos da oposição quiseram ainda ver esclarecidas algumas questões sobre a BragaHabit.
Questionado por Carlos Almeida sobre as intervenções em bairros sociais, o responsável pela empresa municipal, Vítor Esperança, adiantou que, devido à pandemia, as obras estiveram “suspensas dois meses”.
“Depois disso, o ritmo de trabalho não foi o mesmo, já que as famílias não aceitam mudar-se e passar para um apartamento de transição e isso implica uma negociação diária”, explicou.
O responsável adiantou ainda que a obra no Bairro das Enguardas fica concluído no decorrer do mês de Dezembro. Em Santa Tecla, a intervenção só ficará concluída “no final do próximo ano”.
ETAR do Vale de Este arranca em Outubro de 2021
Também na reunião de executivo municipal desta segunda-feira, em que foi aprovado o Orçamento para 2021 na ordem dos 133 Milhões de Euros, segundo avançou a administradora executiva da AGERE, Paula Campos, em resposta à CDU, a construção da ETAR de Vale de Este arranca em “Outubro do próximo ano”. O próximo passo é a “elaboração do projecto de execução e dos documentos ambientais”, concluiu.
