Trabalhadores das IPSS acusam “exaustão” e reivindicam aumentos salariais

O desgaste dos trabalhadores das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) começa a por em causa os cuidados prestados aos utentes. O alerta foi deixado por Ana Rodrigues, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).
Estes profissionais, que tratam de crianças, idosos e jovens com necessidades específicas, concentraram-se, esta quinta-feira, na Praça da República, em Braga, reivindicando aumentos salariais e melhores condições de trabalho.
“Os trabalhadores sentem-se completamente desvalorizados pelos salários, que não refletem a valorização das carreiras”, explicou Ana Rodrigues, coordenadora da delegação de Braga do CESP.
As concentrações que decorreram em várias cidades do país servem para alertar a comunidade e apelar ao Governo para que olhe para estes profissionais “com seriedade”.
Os baixos salários praticados, “que oscilam entre o salário mínimo nacional e pouco mais do que isso”. “O que distingue um trabalhador que entra agora de outros que têm 20 anos de casa são 20 euros”, detalhou.
O CESP reivindica aumentos salarias na ordem dos 15%.
“A comunidade envelhece e cada vez mais precisamos destes trabalhadores, mas as instituições têm dificuldade em contratá-los, precisamente pelos baixos salários”, justifica Ana Rodrigues.
A sindicalista denuncia “as condições de trabalho” a que estão sujeitos estes profissionais, sendo que “as instituições estão no limite e algumas abaixo do limite do cumprimento dos rácios”, o que significa “sobrecarga para os trabalhadores”.
Ana Rodrigues explicou ainda que esta sobrecarga põe em causa “a qualidade” do serviço prestado aos utentes. “Não há recursos humanos suficientes para colmatar as necessidades que as instituições têm”, frisou.
O CESP prepara-se para apresentar uma proposta ao Governo ainda este mês.
As tribunas públicas aconteceram em Aveiro, Braga, Lisboa, Porto e Santarém.
