Trabalhadores da Concentrix, em Braga, queixam-se de assédio laboral

‘Mais salário, menos assédio’. O Sindicato dos Trabalhadores de Call Center (STCC) iniciou, esta quinta-feira, uma greve de 16 dias, em protesto contra a falta de condições laborais dadas pela Concentrix, em Braga.

Cerca de 60 funcionários concentraram-se, esta manhã, no Largo da Estação. Entre as reivindicações, de acordo com o dirigente sindical, Nuno Geraldes, está “o reconhecimento da antiguidade dos colaboradores”, através da definição de escalões salariais, e o aumento do subsídio de alimentação para o máximo de 9,60 euros diários, “compensando, de alguma forma, a perda de qualidade de vida verificada nos últimos anos”.

Uma maior rotação dos horários de fecho e do trabalho ao fim de semana e ter dois de folga juntos, para que “não estejam a trabalhar seis dias seguidos”, são outras das propostas. Nesse sentido e tendo em conta “os problemas de saúde mental” que afetam os trabalhadores, o STCC exige apoio psicológico.

Em Braga, as entidades responsáveis pela gestão dos recursos humanos da Concentrix são a Manpower e a Randstad, empregando quase mil trabalhadores. Olhando para esta última, Nuno Geraldes dá exemplos de assédio laboral, “uma prática corrente”: “A Randstad decidiu retirar uma das pausas às mães que estão em fase de amamentação e tentou retirar-lhes parte dos prémios. Além disso, neste momento há pessoas que têm pausas de 15 minutos, que lhes retiraram durante dois anos, e estão a tentar compensá-las com dois dias de férias”.

O STCC entregou, em setembro, um caderno reivindicativo e, depois disso, “a empresa apenas tratou das questões mínimas e de custo quase zero, como arranjar um cacifo para cada um, microondas e frigoríficos”. “As questões estruturais e que dizem alguma coisa à vida das pessoas… zero. Disseram que não há nem vai haver”, lamenta.

A RUM tentou entrar em contacto com a Concentrix, mas, até ao momento, sem sucesso.