“Temos camas que já eram velhas quando comecei cá a trabalhar”

Artur Azevedo é enfermeiro no Hospital de Famalicão desde 1998. Está em greve esta segunda-feira, juntamente com os colegas, a reivindicar melhores condições de trabalho para, como diz, trabalharem “em prol da população”. A adesão à greve encontra-se entre os 80 e os 90%.
Em declarações à RUM, o enfermeiro descreve um hospital “degradado” e com falta de equipamento. “Durante o fim de semana, temos de andar a contar lençóis para mudar as camas aos doentes. Um doente pede uma almofada, não há almofada. As [almofadas] que temos estão deploráveis, todas degradadas”, denuncia.
Com 26 anos de casa, Artur Azevedo culpa os governos dos últimos anos e a administração do Hospital de Famalicão. “Juntei-me à greve porque o serviço e o hospital que temos cá, neste momento, está cada vez mais degradado. Passam-se décadas e a degradação continua, e ninguém quer saber”, reitera.
“Está à vista de todos. Temos camas que já eram velhas quando comecei cá a trabalhar. É terrível para os doentes. Já para não falar dos profissionais, que continuam com condições de trabalho extremamente deploráveis. São décadas e décadas que passam, são vários governos que passam, e cada um empurra com a barriga para a frente”, acrescenta.
A RUM entrou em contacto com a administração da unidade hospitalar, que optou por não tecer comentários.
