Teatro das Beiras adapta tragédia da Grécia Antiga para explorar violência de género

O Teatro das Beiras apresenta ‘Maria de Medeia’, esta quinta-feira, às 21h30, no Theatro Circo, em Braga. Baseada na tragédia grega de Eurípedes, em que a violência de género é tema central, e com texto de Joaquim Gama e Luísa Pinto, a performance coloca um casal de artistas em confronto, sob diferentes perspetivas.
Em entrevista à RUM, a também encenadora explica que as duas personagens surgem em palco “a montar uma peça”, precisamente ‘Medeia’, e vão “discutindo sobre que versão querem levar a cena, exatamente pelas distintas análises e visões” que apresentam sobre a obra.
“Existe uma tensão logo desde início. Dentro das discussões, nesse confronto entre ficção e realidade, são tratados assuntos como os conflitos conjugais, a violência de género, a marginalidade e o isolamento, que levam à exclusão”, sintetiza.
A tragédia de Eurípedes, datada de 431 a.C., conta a história de Medeia, que praticava filicídio, matando os filhos por vingança de Jasão, o seu marido e pai das crianças, por sentir que foi abandonada.
Luísa Pinto refere que, em casos de violência de género, “fala-se sempre da consequência”, mas “nunca se percebe o que levou a esse desfecho”. “Há todo um processo que leva determinado indivíduo a cometer um ato incompreensível como este e isso nunca é estudado”, sinaliza.
