Taça da Liga. Da desconfiança inicial ao apetecível título de campeão de Inverno

Começou por ser uma competição olhada com alguma desconfiança por clubes e adeptos, hoje é uma prova acarinhada pela generalidade dos agentes desportivos e, no futuro, pode mesmo vir a ser desejada por todos, caso dê acesso à Europa. SC Braga, Sporting, Vitória SC e FC Porto estão na luta pelo título de campeão de Inverno. A Final Four da Taça da Liga começa esta terça-feira e prolonga-se até sábado.

A fase decisiva da competição organizada pela Liga Portugal despede-se este ano de Braga, depois de três épocas consecutivas no concelho minhoto – a próxima cidade-sede só será revelada após a final. Comparando com a temporada anterior, voltam a marcar presença o Sporting CP, que venceu as outras edições disputadas no Estádio Municipal de Braga, a equipa anfitriã, semi-finalista na época anterior, e o FC Porto, actual vice-campeão. 


Já o Vitória SC, que nunca venceu a prova, tal como os portistas, substitui o SL Benfica em relação ao lote de quatro equipas que se apuraram em 2018/2019.


Sistema de Final Four só foi implementado há quatro épocas


Entre variações do modelo competitivo e mudanças de perspectiva por parte dos diferentes intervenientes do futebol português, a Taça da Liga está hoje bem diferente daquela que foi concebida. 

Actualmente na 13ª edição, a prova destinada exclusivamente aos clubes com estruturas profissionais, ou seja, aos emblemas que militam na primeira e segunda divisões, começou por ser jogada a quatro eliminatórias, a que se seguia uma fase de grupos com quatro equipas, culminando com uma final entre os dois primeiros classificados. Na época de estreia, em 2007/2008, o Vitória Futebol Clube venceu o Sporting CP nos penáltis.

Na temporada posterior, o modelo foi alterado, com a introdução das meias-finais e de mais uma fase de grupos. Esse formato manteve-se durante sete épocas, apenas com uma ligeira nuance – inicialmente havia uma eliminatória que antecedia as fases de grupos, mas depois essa etapa passou a ser disputada no meio dos agrupamentos. 

Só em 2015/2016 é que a Taça da Liga se veio a transformar no modelo competitivo que hoje vigora, com duas eliminatórias no princípio e uma fase de grupos a anteceder as meias-finais. Apesar de nada ter mudado, em termos de esqueleto, a Liga Portugal introduziu o sistema de Final Four apenas na época seguinte, com uma cidade-sede a acolher os três últimos jogos. A primeira foi Faro.

Além disso, ao contrário do que tinha acontecido até então, em que a finais se disputaram entre Março e Maio, a fase decisiva passou a ser jogada no mês de Janeiro, com o clube que conquista o troféu a ser apelidado de ‘campeão de Inverno’. O primeiro a ostentar esse título foi o Moreirense, que, numa final 100% minhota, no Estádio Algarve, bateu o SC Braga. Desde então, a cidade bracarense tem sido a anfitriã e o Sporting o vencedor.



A prova que já foi ‘olhada de lado’ e que agora pode vir a dar um lugar europeu


A Taça da Liga esteve desde cedo associada a várias polémicas, nomeadamente relacionadas com a arbitragem e com os regulamentos. Desde os castigos aos sportinguistas Pedro Silva e Paulo Bento ao verdadeiro sentido da expressão inglesa ‘goal average’, passando pela média de idades e pela utilização de jogadores da equipa B sob forma de protesto, foram várias as peripécias que marcaram esta competição.

Actualmente, o número de casos é menor e a prova já é vista de outra forma pelos clubes, que, nos discursos de início de época, abordam-na como um real objectivo, apesar de ser considerada uma competição de menor prestígio que o campeonato e a Taça de Portugal.

A Taça da Liga pode ganhar ainda outra dimensão caso seja atribuída uma quota para as competições europeias, tal como acontece com a ‘prova rainha’, algo que Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, admite ser possível a curto-médio prazo.


Atleta com mais golos nunca jogou como titular na primeira divisão

Apesar de ter estado arredado das conquistas na Taça da Liga nas últimas edições, o SL Benfica domina o histórico da competição, com sete títulos em oito épocas, seguido do Sporting, com dois. Vitória FC, SC Braga e Moreirense completam o lote de equipas que já venceram a prova.

Em termos individuais, sobressaem Jorge Jesus, com seis troféus como treinador – cinco no Benfica e um no Sporting, e Luisão, com sete títulos alcançados ao serviço dos encarnados como jogador. Ainda assim, o principal destaque, neste capítulo, vai para um ex-avançado que apenas fez nove jogos na primeira divisão ao longo da sua carreira – nenhum deles como titular -, mas que é, actualmente, o atleta com mais golos da história da competição.

Estatística individual da Taça da Liga:


Mais golos: Tozé Marreco (Aves, U.Madeira, Naval e Tondela) – 12

Mais jogos: Jardel (SL Benfica) e Tarantini (Rio Ave) – 41


Mais cartões amarelos: Raúl Silva (Marítimo e SC Braga), André Vilas Boas (Rio Ave), Erick (Estoril e Portimonense) e Rúben Ribeiro (Leixões, FC Penafiel, Beira-Mar e Rio Ave) – 11

Mais cartões vermelhos: João Amorim (Belenenses) e Filipe Gonçalves (Trofense) – 2

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Tiago Barquinha
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