Sustentabilidade e transversalidade são os desafios da engenharia

Sustentabilidade e transversalidade foram os temas que marcaram a sessão de abertura dos Dias do Emprego, evento organizado pela Escola de Engenharia da Universidade do Minho. A iniciativa vai decorrer até esta quarta-feira, 24 de Fevereiro, no formato digital. (Consultar programa completo aqui).

A mesa redonda – Tomorrow Needs Engineering, que decorreu em formato digital, teve como convidados o presidente da Fundação José Neves, Carlos Oliveira, a diretora-geral da Neadvance – Machine Vision, Teresa Martins, o representante da Bosch em Portugal, Carlos Ribas, o CEO do Grupo Casais, António Rodrigues, o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Mário Jorge Machado, e o presidente da Escola de Engenharia, Pedro Arezes. 

Escola de Engenharia quer continuar a apostar na mobilidade de pessoas.


Apesar da pandemia que tem afetado o mundo, o presidente Pedro Arezes frisa que é fundamental continuar a investir na internacionalização da escola e nas suas boas relações com o meio empresarial quer a nível interno como externo. Através da mobilidade de docentes, estudantes e técnicos, administrativos e de gestão é possível complementar formações dentro de uma rede de cooperação.

Nesta sessão o anfitrião elencou também as áreas de desenvolvimento em que a escola está focada a longo prazo, são elas: a engenharia aeroespacial e de dados. O responsável fez ainda um balanço do contributo da escola durante a pandemia, nomeadamente, no desenvolvimento de máscaras e do primeiro ventilador português o Atena.

Cursos de curta duração são essenciais para a engenharia de futuro.

Para Carlos Oliveira, presidente da Fundação José Neves, os engenheiros do futuro necessitam de estar constantemente atualizados, visto que “o conhecimento adquirido ao final de três anos deixa de ter valor”. A solução apontada pelo convidado passa pela criação de formações de curta duração em competências mais “verticalizadas”. 


Carlos Oliveira defende que as empresas só têm a ganhar com a integração, por exemplo, de profissionais das áreas das ciências sociais no desenvolvimento de produtos.


A mesma ideia é defendida pela diretora-geral da Neadvance – Machine Vision, Teresa Martins, que realça que a “multidisciplinariedade e a conjugação de saberes” será o futuro.



Pandemia veio acentuar “erro estratégico da Europa” no sector têxtil.


A premissa é apontada pelo presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Mário Jorge Machado. “A Europa tinha a ideia de que a indústria era uma coisa menos confortável para ter no continente. Se fosse tudo para a Ásia era bom. Hoje sabemos que isso foi um erro estratégico enorme”, defende.


O responsável destacou a importância do setor português no combate à pandemia, visto que em poucas semanas as empresas foram capazes de colocar, quer no mercado interno como na União Europeia, “milhões de máscaras sociais”. Este trabalho acabou por contribuir para um saldo em exportações mais positivo, em 2020. 

Em termos de sustentabilidade, Mário Jorge Machado garante que estão a ser dados passos importantes no sentido da industrial têxtil diminuir o consumo de água, nomeadamente, através da reutilização.

Bosch foi das primeiras a conseguir atingir uma pegada de carbono neutra no mundo.


A Bosch quer continuar a expandir a sua infraestrutura e para isso já estão a ser idealizados planos de “mudanças de tecnologias”. Segundo Carlos Ribas, representante da Bosch em Portugal, “todos os produtos serão produzidos com base em inteligência artificial”. Um avanço que irá significar, para a multinacional, um investimento anual de cerca de 400 milhões de euros.


A condução autónoma continuará a ser a grande bandeira da Bosch. A previsão é que seja uma realidade em meados de 2030.

A fábrica da Bosch Braga foi a única a nível nacional a não cumprir com o plano de negócios de 2020. Neste momento, o mercado não consegue dar resposta à procura por falta de componentes,

Um edifício desmontável? Nos próximos anos será uma realidade. 


O setor da construção civil é um dos que apresenta maior impacto ambiental. Durante a sessão, o CEO do Grupo Casais, António Rodrigues, apresentou o novo modelo que a empresa irá implementar em breve e que irá recair sobre a utilização da madeira.

Trata-se de um “elemento da natureza que capta carbono”. Este sistema foi pensado, de acordo com o responsável, com o intuito de “ser reutilizado”. “Se daqui a alguns anos quisermos desmontar o edifício isso será possível”, conclui.  

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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