Stress pode afetar o tamanho de duas regiões do cérebro
A Escola de Medicina da Universidade do Minho encontrou uma correlação positiva entre o volume de duas áreas do cérebro e a perceção dos níveis de stress. Ou seja, quanto maior o efeito do stress, maior o volume das duas áreas do cérebro: a amígdala e o hipocampo anterior. Esta é a conclusão de um estudo, em que participaram 60 indivíduos saudáveis, em que foram utilizadas duas técnicas de imagiologia.
Há 20 anos que o Instituto de Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) se dedica a esta linha de investigação.
“São duas áreas que são conhecidas por processar estímulos emocionais”, revela o presidente da Escola de Medicina e responsável pela investigação Nuno Sousa. No caso da amígdala, esta está mais relacionada com a perceção do medo e da ansiedade. Já o hipocampo anterior está associado às memórias afetivas e emotivas. “Faz sentido do ponto de vista neurológico que estas duas regiões apresentem esta correlação”.
Esta descoberta pode contribuir para a identificação de um “biomarcador” que pode contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias para, a longo prazo, conseguir respostas mais eficazes a patologias relacionadas com o stress como a depressão ou, quando os níveis de stress são muito prolongados, a quadros neurodegenerativos.
Contudo, esta correlação parece não ocorrer quando “fazemos a medição do cortisol que é uma das hormonas que controla a resposta ao stress”.
À RUM o presidente revela que a equipa está a “planear a realização de um estudo em maior escala”, de modo a estudar a forma como estas regiões do cérebro estão conectadas com outras zonas. Isto irá permitir perceber qual o “padrão de conectividade cerebral quer estrutural quer funcional que está correlacionado com estes níveis de stress”.
