Sistema de comunicações internas da Proteção Civil de Braga colmatou falhas do SIRESP

O sistema de comunicação interna instalado nos Bombeiros Sapadores de Braga e na Proteção Civil foi “crucial” para as respostas levadas a cabo em Braga no período de dez horas em que Portugal ficou sem energia elétrica.
Num balanço à RUM das operações desta segunda-feira, o vereador da Proteção Civil, Altino Bessa, confirmou que também em Braga se registaram falhas no SIRESP, constrangimentos colmatados graças ao serviço que o município tem atualmente à disposição.
“A determinada altura era o nosso sistema que estava a funcionar em pleno, e foi através das comunicações internas que conseguimos” proceder a parte das operações desencadeadas, evidenciou Altino Bessa confirmando que “a dada altura” o SIRESP deixou de funcionar e as próprias ambulâncias do INEM da Cruz Vermelha foram colocadas no quartel dos Bombeiros Sapadores de Braga para conseguirem aceder às comunicações de emergência. Entretanto, foram também distribuídos “alguns rádios [do sistema interno da proteção civil municipal] para o Hospital de Braga e outras entidades do município”.
O vereador da Proteção Civil de Braga considera que o sucesso da operação durante este período também se deve, por isso, a este sistema de comunicação interna. “Até o próprio INEM deixou de ter comunicações. Leva-nos a crer que o trabalho que fizemos nessa área e aquele que não é tao visível, mas que é nestes momentos importantíssimo, foi crucial porque funcionou e funcionou bem. Estamos satisfeitos pelo investimento que fizemos nessa área”, repetiu.
Numa cidade e num país em que ninguém conseguia comunicar, incluindo instituições como lares de idosos, o plano montado levou a Polícia Municipal e outros agentes a percorrerem várias estruturas para fazer um ponto de situação, levantamento de necessidades e respostas adaptadas a cada circunstância.
“Dentro da anormalidade, pelo menos em Braga a resposta foi dada de uma forma efetiva a todas as entidades, a quem nos procurou e a quem nós também procuramos para dar apoio”, referiu ainda Altino Bessa.
Pessoas resgatadas de elevadores e uma senhora levada pelos bombeiros sapadores até à casa no 13º andar
Uma segunda-feira incomum, mas em que apesar do apagão energético o concelho de Braga não registou um número “anormal de situações de emergência”, segundo o responsável pela pasta da proteção civil. Sem energia e sem comunicações, bombeiros e proteção civil realizaram um conjunto de operações que incluiu a retirada de pessoas que ficaram presas em elevadores, mas também o auxílio de uma moradora sem capacidade física para regressar à sua própria casa localizada no 13º andar de um prédio.
“Pessoas que ficaram presas em elevadores e uma situação de uma senhora que não tinha condições de ir para casa. Uma equipa de quatro bombeiros transportou-a os treze andares porque não tinha condições físicas para chegar a casa”, exemplificou.
Já a Urgência do Hospital de Braga registou a entrada de vários utentes com problemas respiratórios que sem eletricidade ficaram sem acesso aos sistemas de apoio respiratório, o que levou à preparação de um plano alternativo que acabaria por não ser necessário. “A determinada altura temia-se uma rutura” o que fez com que fosse disponibilizada uma ala com oito camas nos bombeiros sapadores, mas com o regresso da energia não foi necessário levar a cabo esse mesmo procedimento. No caso da Casa de Saúde do Bom Jesus, com 400 utentes, foi garantido o abastecimento do gerador com 1200 litros de combustível para assegurar o funcionamento da estrutura, enquanto a Polícia Municipal de Braga acionou o terceiro turno que à segunda feira não existe.
