Sindicato dos Enfermeiros pondera avançar para formas de luta mais radicais

Caso o Ministério da Saúde permaneça em silêncio em relação ao desgaste dos enfermeiros, o Sindicato não exclui a possibilidade de avançar para formas de luta mais radicais semelhantes às praticadas, nos últimos meses, pelos médicos.
O Sindicato dos Enfermeiros denuncia o caso do Hospital de Barcelos em que os serviços de Ortopedia e Cirurgia contam com 26 profissionais para 37 camas. No Hospital de Viana do Castelo quase 20 enfermeiros do serviço de urgência estão de baixa.
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa, não poupa nas palavras e deixa um aviso. Caso a classe adote o mesmo modelo de luta dos médicos, os meses de novembro e dezembro podem ser os piores em toda a história do Serviço Nacional de Saúde, visto que os enfermeiros são “a porta de entrada dos doentes nos hospitais”.
“Temos enfermeiros com 20 ou 30 anos de carreira que ganham o mesmo que um profissional em início de funções e pouco mais que o salário mínimo nacional. Não queremos prejudicar sempre os mesmos, a população, esperamos a via do diálogo. É esta responsabilidade ética e deontológica que os enfermeiros têm”, frisa.
Pedro Costa denuncia taxas de absentismo elevadas. “Quando temos serviços com 90 enfermeiros em que 20 a 30% dos profissionais estão a faltar quer dizer que quase metade da equipa está fora. Desta forma temos profissionais a trabalhar mais 20 horas por semana. São cargas horárias excessivas, isto não pode acontecer, pois estamos a pôr em causa a segurança do doente”, declara.
O sindicalista lamenta que desde 2017 ainda não tenha sido possível finalizar o acordo coletivo de trabalho dos enfermeiros.
