Sindicato denuncia “corte brutal” no vencimento de sapadores infectados em Braga

O Secretariado Regional do Norte da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP)/Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNBP) reuniu hoje com o vereador responsável pelo pelouro da Proteção Civil na Câmara Municipal de Braga, Altino Bessa, “para sensibilizar a autarquia para a injustiça verificada no corte de vencimentos aos Bombeiros Sapadores infetados com covid-19 em pleno serviço”.
Numa nota enviada às redacções ao final da tarde, o sindicato lança um apelo ao município para que “salvaguarde os vencimentos na sua totalidade a todos os bombeiros e operacionais que foram contaminados ou que venham a ser”.
Recorde-se que dezoito bombeiros sapadores de Braga, número que corresponde a praticamente um turno completo, foram infectados com covid-19 há aproximadamente um mês. Nos casos positivos ao novo coronavírus, os trabalhadores, independentemente das suas funções, são obrigados a baixa médica, o que implica no imediato um corte no vencimento.
Os dirigentes regionais da ANBP/SNBP, Manuel Pereira e João Amorim, bombeiros sapadores em Braga, e que hoje reuniram com o vereador da Protecção Civil, sublinham que os profissionais “não se podem sentir abandonados e não podem ser prejudicados, passando a receber menos dos que os trabalhadores de empresas sujeitos a lay-off”.
Altino Bessa, vereador da Protecção Civil, terá manifestado concordância com a exigência dos bombeiros sapadores e disse já ter enviado uma proposta nesse sentido à Ministra do Trabalho e Segurança Social, Alexandra Leitão, considerando que esta questão legal “é bastante injusta para os Bombeiros e para todos os profissionais das forças de segurança e dos serviços de saúde que se encontram na linha da frente de combate à Covid-19”.
Os dirigentes sindicais referem que tentaram sempre junto da Câmara Municipal de Braga que esta situação fosse considerada como “acidente em serviço”, não conseguindo até ao momento que a autarquia aceitasse a cem por cento a referida fundamentação, uma vez que não há certezas de como e onde este contágio terá acontecido.
“Esta situação leva-nos, mais uma vez, a salientar que estes profissionais, ao ficarem de baixa por estarem contaminados (muitas vezes por não terem o material apropriado ou por desconhecerem o estado daqueles que socorrem), não devem ver o seu vencimento ser prejudicado. Estes operacionais devem ser pagos a 100%, não devendo a sua contaminação ser considerada como um acidente de trabalho”, reitera o sindicato.
