Refugiados ucranianos podem ajudar a diminuir défice de 50 mil trabalhadores no turismo
O setor do turismo tem um défice de cerca de 50 mil trabalhadores. Os dados foram avançados aos microfones da Universitária pela Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, à margem da abertura do 10º Congresso da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE), no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.
Segundo o Instituto do Emprego e Formação Profissional, as empresas portuguesas já registaram mais de 13 mil ofertas de trabalho para refugiados ucranianos, sendo que uma parte significativa das vagas destina-se ao turismo, construção e indústria.
À RUM, a Secretária de Estado declara que existem aproximadamente 40 a 50 mil vagas disponíveis. Este é um resultado dos dois anos de pandemia que significaram a “fuga” de recursos humanos para outros setores. “Estamos mais que disponíveis para receber portugueses, internacionais e refugiados de guerra se vier a acontecer. Temos um setor muito generoso e diverso”, afirma.
A responsável frisa que o objetivo para 2022 seria alcançar 85% das receitas turísticas conseguidas em 2019, ou seja, ficar apenas 15% a baixo dos valores pré-pandemia. Ora, com a guerra às portas da Europa o setor volta ao clima de incerteza. Nos últimos contactos com companhias aéreas internacionais, Rita Marques adianta que “ainda não há um impacto tangível no que toca ao cancelamento de voos e taxas de ocupação dos mesmos”, porém tudo irá depender do desfecho próximo ou não da guerra na Ucrânia.
Quando questionado sobre a possibilidade de Portugal, pelo facto de estar na cauda do continente Europeu, poder vir a beneficiar de uma maior procura devido ao distanciamento da região de combate, a Secretária de Estado frisou ser cedo para realizar previsões. Contudo, esse fator poderá ser vantajoso no que toca ao mercado europeu. Já quanto ao mercado americano, poderá haver alguma resistência na efetivação das reservas, visto que Portugal “não deixa de ser parte da Europa”.
