Faturação no setor do comércio aumenta, mas ainda aquém dos valores pré-pandemia
O setor do comércio na cidade de Braga registou, no primeiro semestre deste ano, um crescimento a rondar os 30% comparativamente com o período homólogo de 2021 de acordo com a Associação Empresarial de Braga.
A RUM visitou alguns estabelecimentos no centro da cidade dos arcebispos e verificou que, apesar da melhoria na faturação, as vendas ainda estão, na maioria dos locais, aquém dos valores pré-pandemia.
“O primeiro trimestre do ano foi um desastre, março foi um mês mau de mais para ser verdade por efeito da guerra, o segundo trimestre foi melhor um bocado, mas vendemos essencialmente roupas de cerimónias que ficaram por celebrar“, revela Joaquim Cunha, proprietário da Chicmalha. “Com o aumento dos combustíveis e dos alimentos o dinheiro não sobra”, aponta. A maior dificuldade neste momento é a incerteza. “O custo de vida aumentou estrondosamente. Não sabemos o que vai acontecer daqui para a frente”, refere.
Isabel Machado, funcionária da Sporval, dá conta de uma melhoria relativamente aos dois anos de pandemia. “Houve de facto um aumento, mas provavelmente não chegou aos 30%”, considera. Comparativamente a 2019, Isabel Machado diz que o negócio “não está tão bem, mas que está equiparado”. Já Artur Marques, proprietário da Starlet, indica que os valores estão “abaixo dos tempos pré-pandemia”. “2020 e 2021 foram desastrosos, este ano melhorou um bocado fruto da época em que estamos, mas nada que nos entusiasme ao ponto de dizer que isto está muito bom”, revela.
“O poder de compra das pessoas tem caído bastante, os portugueses não têm dinheiro”, diz Vítor Araújo, proprietário da Relojoaria Mauricio Queiroz. Para este estabelecimento o primeiro semestre de 2022 foi “muito fraco”. Por sua vez, de acordo com Sofia Fonseca, a primeira metade do ano para a Confeitaria Santo António foi positiva, registando um aumento de estrangeiros e de trabalho.
