“Seria absolutamente devastador não termos a residência Confiança”

O reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, admite que o que está a acontecer no processo da antiga Fábrica Confiança “é muitíssimo preocupante”, mas diz que não tem outra alternativa que não seja confiar que a obra será concretizada. Com prazos apertados do PRR e o risco de perda de 25ME vitais para a concretização da residência universitária, o reitor agarra-se à esperança de ver resolvida a questão até dezembro. “Eu tenho que acreditar, mas também lhe digo que se isto não estiver resolvido até ao final do ano civil, as dificuldades vão ser muito grandes”, admite. “Estamo-nos a aproximar rapidamente daquela linha que, se ultrapassada, colocará em verdadeiro risco a construção da residência”, continua, admitindo que “seria absolutamente devastador para todos, comunidade académica, estudantes e famílias” a não concretização deste objetivo.
A requalificação da antiga Fábrica Confiança e reconversão em residência universitária com mais de 700 camas tem um apoio de 25Milhões de Euros do PRR, a maior verba alocada a residências universitárias no país, mas o prazo de execução [2026] parece cada vez menos real dado o processo que corre em tribunal e que congelou o avanço da obra por parte do Grupo Casais, vencedor do concurso lançado pelo município de Braga, promotora do projeto e proprietária do edifício.
Questionado pela RUM sobre a existência de possibilidades alternativas para não deixar cair a requalificação da Fábrica Confiança, o reitor sublinha que a universidade “não é a dona da obra, cabendo em primeira instância à câmara tomar decisões”, mas a UMinho continuará “disponível para encontrar as soluções e na medida do possível apoiar soluções que tornem essa obra viável”.
Vincando que se trata de uma obra “vital”, em que a UMinho “colocou todo o seu esforço neste projeto, descartando outras hipóteses”, afiança que também por essa razão “não vai desistir com facilidade”.
Rui Vieira de Castro diz estar em contacto permanente com o presidente de câmara e que não têm sido discutidos cenários alternativos caso se perca a oportunidade de concretização via PRR. “Será uma situação muito má para todos, portanto, tenho que acreditar que ainda estamos dentro do prazo razoável, mas começamos a aproximar-nos do momento em que se as coisas não avançarem teremos de abdicar, o que seria trágico”, sublinha.
Nesta mesma entrevista, o reitor recordou o Plano Nacional para Alojamento de Estudantes no Ensino Superior, um programa que, admite, “correu francamente mal” deixando as universidades portuguesas com o mesmo problema de falta de alojamento em mãos.
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