“Sectores público e privado não chegam para o combate ao cancro”

O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) considerou esta manhã, em Braga, que a criação de novas instituições sociais é o caminho para um tratamento mais eficaz ao cancro.


Vítor Rodrigues foi esta manhã um dos oradores da edição 2020 do Health TECH do Dia Mundial do Cancro, assinalado em Portugal no INL (Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia), em Braga. A iniciativa reuniu investigadores, médicos especialistas e membros de instituições sociais, que apresentaram algumas das soluções mais utilizadas no combate ao cancro.


O representante da LPCC assinalou que o trabalho isolado dos “sectores público e privado” não chega para obter melhores resultados e entendeu que “o sector social, que não é mais do que a criação planeada e estruturada de instituições, será fundamental”. Vítor Rodrigues referiu que só assim a resposta no combate ao cancro pode chegar “à comunidade, como um todo, e não isoladamente”. A criação de novas instituições sociais vai ajudar à melhor definição de recursos, para que “a qualidade seja a melhor possível, sem prejudicar a acessibilidade geográfica”.


O papel da LPCC no meio deste entendimento é o de “complementaridade ao Estado”, no “apoio à prevenção primária e secundária e à investigação”. No caso da investigação, o responsável alertou para “a desconfiança e falta de organização” entre investigadores e clínicos no avanço e acesso às novas tecnologias de combate à doença. Vítor Rodrigues expôs que a discussão, em Portugal, “não devia estar em se se deve ou não fazer ensaios clínicos” mas sim “como e quando” fazê-los.

Biopsia Líquida e imunoterapia entre as soluções para o combate ao cancro

Joana Ribeiro, Oncologista na Unidade de Mama do Centro Clínico Champalimaud, também marcou presença no evento do INL e mostrou que o número de sobreviventes ao cancro da mama tem aumentado, porém, tem havido também mais reincidência. 


Para combater o cancro da mama, mas também o do fígado ou do estômago, a especialista revelou que os tratamentos da radioterapia, imunoterapida e biopsia líquida, aliado ao diagnóstico cada vez mais precoce, têm ajudado à melhor resposta. No entanto, alertou que há registo de “reincidência do cancro no sistema nervoso”.


“Há casos de pessoas que morrem como consequência de metastização cerebral, sem doença nos outros órgãos que normalmente estamos familiarizados, como o fígado ou o pulmão. À medida que vamos tendo fármacos cada vez mais eficazes a controlar a doença nesses órgãos, o cérebro continua a ser o órgão menos protegido. É um novo problema específico “, explicou.


A especialista enfatizou, porém, que “a terapêutica altamente dirigida” pode chegar dentro de 10 anos, tornando-se, assim, uma nova solução para o cancro, destacando a “aprovação de um novo fármaco, chamado Tucatinib, nos Estados Unidos, que atrasa o aparecimento de metástases no cérebro”.

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Pedro Magalhães
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Abel Duarte
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