“Se há algo em que a UMinho pode ser diferenciada é na transformação que provoca na região”

Ingressou na Universidade do Minho já perto da década de 80, quando se contavam pouco mais de 200 estudantes que se conheciam e as aulas eram dadas nas instalações do edifício na Rua D. Pedro V, onde agora mora a sede da Associação Académica.
“Sempre houve muita esperança neste projeto e essa esperança, felizmente, concretizou-se e, portanto, aquilo que foi uma ideia de universidade, uma ideia transformadora, desenvolveu-se em benefício de toda a região”, afirmou António Cunha, antigo reitor da academia minhota.
Cinco anos depois de ter entrado na UMinho, ou seja, em 1984, já havia cerca de “dois mil estudantes”. “A universidade cresce 10 vezes, é uma transformação enorme, mas tudo aquilo era algo muito familiar”, lembrou.
Para António Cunha, que agora lidera a CCDR-N, “as pessoas com responsabilidade no pensamento da cidade tinham noção do impacto da Universidade” e, por isso, “as forças locais lutavam de um modo muito intenso por conseguirem ter a Universidade no seu território”.
“O carinho com que a população entendeu a Universidade, com que percebeu que a Universidade era algo absolutamente transformador, algo que transformou a cidade, a economia, a vida cultural e social é inquestionável”, acrescentou.
Enquanto reitor, entre 2009 e 2017, António Cunha diz que o maior contributo que deixou “é a abertura muito grande da Universidade com a sociedade, quer seja com o tecido económico, quer seja com o tecido cultural”.
“A Universidade de Minho tem um grande impacto na região, tem um grande impacto nacional, e pode ter um impacto nacional maior, porque pode ser uma Universidade exemplar do ponto de vista da transformação do território”, aponta.
Para o antigo reitor, “as Universidades devem ter estratégias diferenciadas”. “Se há algo em que a Universidade do Minho pode ser diferenciada é na transformação que provoca na região”, acrescenta.
António Cunha considera, ainda assim, que a Universidade se tem de “abrir mais ao exterior”. “As universidades corporizaram-se um pouco, a Universidade tem os seus órgãos muito virados para as questões internas, não quer dizer que não sejam importantes, mas a dimensão estratégica deve ser privilegiada nesses órgãos”, argumentou.
