“Se cada aluno deve saber quem é o reitor, cada docente deve saber quem é a presidente da associação académica”

Margarida Isaías deixou duras críticas aos professores e à reitoria da Universidade do Minho.

Modelo de ensino desatualizado, escassez de apoio a estudantes internacionais e a falta de compromisso com os problemas dos alunos em geral. O discurso da presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, na cerimónia de aniversário dos 49 anos da instituição minhota, focou em todas estas temáticas.

Apesar de destacar “o crescimento e a evolução” ao longo destas décadas, Margarida Isaías critica o facto de “muito se manter inalterado”, dando como maior exemplo a necessidade de “modernização” em matéria de inovação pedagógica.


“Por que razão continuamos a ter aulas teóricas obrigatórias como a garantia de que nós, estudantes, vamos lá estar? A garantia da presença dos estudantes deveria ser dada pelo trabalho e esforço de ir ao encontro do melhor método de ensino possível, de ir ao encontro das nossas necessidades […] Aprender num período de tempo mais curto é fazer batota? É o tempo investido e o grau de esforço que atestam as competências?”, questiona.

A representante dos estudantes lamenta também que “continue a ser uma luta a validação de justificação de faltas e a dispensa de aulas, quando iniciativas curriculares e extracurriculares, como o voluntariado, o associativismo, o desporto e a cultura têm se mostrado essenciais para a formação de cidadãos intervenientes e de bons profissionais”. “Por que razão continuamos a ter alguns dos mesmos métodos de avaliação de há 49 anos, quando a pandemia e agora o ChatGPT estão nos a alertar para a necessidade de mudança?”, alerta.

Num discurso virado para os docentes e para a reitoria, criticou “a insistência num modelo de ensino que não valoriza a saúde mental, quando os problemas do foro psicológico têm um grande peso na taxa de abandono escolar”. Em defesa dos estudantes internacionais, Margarida Isaías aborda o facto de serem “poucas as unidades curriculares que não são lecionadas em português” e de pagarem “um valor mais elevado de propinas”, que “não se reflete no acolhimento e integração necessários”.


“Permitam-me adicionar um ponto na agenda dos 50 anos da UMinho e desafiar todas e todos os intervenientes da universidade, em especial os docentes, a participar ativamente na defesa dos estudantes, na defesa do Ensino Superior em Portugal, na construção de uma sociedade de hoje e de amanhã […] Se cada um de nós, estudante, deve saber quem é o reitor da Universidade do Minho, cada um de vocês deve saber quem é a presidente da associação académica”, atira.

Partilhe esta notícia
Tiago Barquinha
Tiago Barquinha

Deixa-nos uma mensagem

Deixa-nos uma mensagem
Prova que és humano e escreve RUM no campo acima para enviar.
Só Jazz
NO AR Só Jazz
00:00 / 00:00
aaum aaumtv