São Geraldo vai estar em destaque no Praça do Município

O antigo cinema São Geraldo vai estar em destaque no programa de debate político da RUM, Praça do Município.

Seis anos depois, o Município de Braga continua a pagar 12.500 euros por mês à Arquidiocese pelo arrendamento do espaço que, espera-se, irá acolher o Media Arts Center, em 2025, ano que a cidade dos arcebispos será Capital Portuguesa da Cultura.

A intenção da autarquia passa pela compra do imóvel, contudo, ainda não existem valores em cima da mesa. É esperado que cerca de 25% do valor das rendas seja abatido no momento da compra, ou seja, cerca de 270 mil euros.

Este é um tema que tem gerado muitas críticas principalmente da parte do PS que acusa o executivo de Ricardo Rio de “deitar para o lixo” perto de um milhão de euros.

Carlos Neves, comentador convidado do programa da Universitária, prefere sublinhar o “custo de oportunidade”. “Para que um novo projeto não avance para aquele local, digamos que a Câmara Municipal marcou ali o seu terreno e pagou por isso. O proprietário, que por acaso é a igreja, se não tivesse ninguém interessado muito provavelmente já teria feito uma alienação do imóvel e teria feito ali um projeto que não estaria alinhado com aquilo que é o objetivo do Media Arts Center. Portanto, o que eu posso dizer de forma muito clara e objetiva é que foi tempo a mais, mas é melhor assim do que ter ali um outro equipamento que nada teria a ver com esta política de cultura”, declara.

Para Jorge Cruz os consecutivos atrasos no arranque das obras para o Media Arts Center são inexplicáveis. O comentador residente recusa a premissa de “custo de oportunidade”, visto que no passado não houve, segundo Jorge Cruz, intenção do executivo comprar o imóvel.

“No início a Câmara podia ter optado pela aquisição e não quis. Aliás, há ali um sinal, pelo menos é essa a leitura que eu faço, quando o presidente Ricardo Rio diz que com a mudança de Arcebispo, digamos que há novas expectativas, no fundo, o que eu interpreto é que com o outro Arcebispo não era possível e com este

será possível”, refere.

Já João Granja frisa que a aquisição do São Geraldo não será “a preço de saldo”, visto que o edifício tem 8 mil metros quadrados e está localizado no centro da cidade, onde os imóveis estão a valorizar devido à crise da habitação. O comentador explica ainda a complexidade do processo, uma vez que existem questões de segurança que estão a ser analisadas de forma mais pormenorizada.

“O estudo de Arqueologia está feito, os pareceres da DRCN estão aprovados, e agora vão até precisar de ser renovados, porque já estão aprovados há um tempo tal, que, entretanto, até caducaram. Nós já teríamos a possibilidade de ter lançado o concurso, se o estudo que foi feito pela Universidade do Minho às estruturas, aos pilares do próprio São Geraldo, não tivessem detetado um conjunto de fissuras que obrigou a que fossem tomadas diligências e alterados aspetos do projeto para assegurar que não há risco na futura construção”, alerta.

Edifício do Castelo também esteve no centro do debate.


Durante a sua intervenção, Jorge Cruz comparou o caso do São Geraldo ao do Edifício do Castelo. A autarquia terá sido “convidada” a exercer o direito de preferência do imóvel, porém não o fez. O edifício acabou por ficar nas mãos de um privado que alugou o espaço ao Município, ou seja, “a autarquia passou a pagar uma renda de um imóvel que podia ter adquirido”.

O comentador lança críticas também à Universidade do Minho. “Nem vende, nem intervém”, afirma. “Está à espera que aquilo caia”, acrescenta. Jorge Cruz propõe uma troca entre a UMinho e o Município de Braga.

De acordo com João Granja existiram “várias propostas de arrendamento que rejeitaram” ou não responderam (UMinho).

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Vanessa Batista
Vanessa Batista

Jornalista na RUM

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