Rui Tavares admite diálogo com PS depois de outubro para futuras coligações em Braga

Rui Tavares admite a possibilidade de o Livre voltar a dialogar com o PS, para futuras coligações em Braga. O porta-voz do partido esteve esta terça-feira, na cidade dos arcebispos, na apresentação dos candidatos às autárquicas.
Recorde-se que esteve em cima da mesa uma coligação de partidos à esquerda, nomeadamente PS, PAN e Livre, mas o partido da papoila acabou por não concretizar o acordo. “Para levarmos a sério a convergência é preciso falar de uma forma ambiciosa e o PS não foi suficientemente ambicioso para Braga”, começou por afirmar Rui Tavares, que aponta “questões programáticas” como entrave à aliança.
“Esperamos que isso não signifique mais do que um adiamento, ou seja, vamos ter que nos sentar à mesa para discutir essas questões programáticas que interessam para o futuro de Braga, após as eleições”, atirou o porta-voz. Ainda Assim, Rui Tavares esclarece que, além de ser necessária “convergência em termos de programa” é necessário acordo quanto às “pessoas para implementar esse programa, incluindo no executivo”.
Certo de que “Braga é mais bem servida se o Livre estiver representado a todos os níveis, Juntas de Freguesia, Assembleia Municipal, Câmara Municipal”, Rui Tavares acredita que o aumento do número de votos que o partido conquistou nas últimas eleições no concelho está relacionado com o facto de os eleitores se reverem “numa esquerda que traz a liberdade para o centro de debate político”.
“Braga precisa de ter os deputados municipais e os vereadores que façam as perguntas certas”
“Eu acho que Braga precisa de ter os deputados municipais e os vereadores que façam as perguntas certas, tal como na Câmara Municipal de Lisboa o Livre perguntou pela retirada de investimentos da Carris para investir na Web Summit, Braga também vai querer ter o tipo de deputados e vereadores que façam esse tipo de perguntas difíceis”, disse.
Carlos Fragoso é o candidato do Livre à Câmara de Braga, nas autárquicas de outubro. “É uma candidatura de esquerda. Hoje, muitos que se dizem de esquerda tendem a escamotear essa realidade, com algum receio da espuma dos dias. Eu, não”, disse na apresentação dos candidatos, que decorreu num café do centro da cidade. O candidato lembrou ainda que “esquerda é sinónimo de lutas contra a pobreza, de políticas de proteção dos trabalhadores, redistributivas de rendimento, justiça social, que promovem o acesso universal à educação e saúde”. “Esquerda é por o Estado ao serviço do bem comum, em detrimento dos interesses de grupos particulares. É urgente construir uma Braga livre e esquerda também é liberdade”, acrescentou. Carlos Fragoso quer ainda “construir um modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo”, na cidade.
Augusto Ramoa encabeça a lista à Assembleia Municipal e apontou a intenção de eleger ainda Teresa Mota e Ricardo Guimarães.
