Rui Prata diz que Encontros da Imagem devem aproximar novos públicos

Rui Prata, um dos fundadores dos Encontros da Imagem e antigo Diretor do Museu da Imagem, [encerrado há vários anos] acredita que o Festival Internacional de Fotografia e Artes Visuais está a “virar a página” e tem tudo para “aprofundar a literacia visual”, trazendo ainda mais público para o evento. Disse ainda que a nova equipa na direção artística deve ter “alma e paixão” para “levar o barco a bom porto”.

A 33ª edição arrancou este fim-de-semana, em Braga, agora sem Carlos Fontes, diretor e um dos três fundadores do festival. Na sexta-feira passada, na emissão especial da RUM dedicada ao evento, Rui Prata, admitiu estar expectante com a equipa jovem que agora lidera a associação, referindo que o “virar de página” é “natural”, antecipando um ‘brainstorming’ dos Encontros. “É muito importante, para além dos conteúdos expositivos, como pegar nesses conteúdos e trazer novas audiências, novos públicos, aprofundar a literacia visual, descodificar esses conteúdos e fazer aqui uma ligação entre o público mais genérico e os próprios conteúdos dos artistas com o público”, sugeriu.


Referindo-se a “um acontecimento cultural de relevo no domínio da fotografia”, dentro e fora de portas, ao qual se juntou este ano para “dar força a uma nova equipa”, o também professor de Fotografia Contemporânea, que já não reside em Braga, acredita que são cada vez mais os temas que apelam à reflexão através da imagem. “Há toda uma agenda diversificada de assuntos que tendo a imagem como mote nós podemos refletir de forma mais consistente e aprofundada”, acrescentou.


“Todos nós temos acesso a uma máquina fotográfica, mas todos nós também temos acesso a uma caneta e nem todos somos escritores” – Rui Prata

Falando do advento do digital e da facilidade da captação da imagem, numa era em que todos nós temos acesso a uma máquina fotográfica, Rui Prata sublinhou que isso não faz de qualquer cidadão um fotógrafo. “(…) Mas todos nós também temos acesso a uma caneta e nem todos somos escritores”, ironizou. Rui Prata prefere olhar para a realidade dos dias de hoje como uma oportunidade. Diz que esta é também uma oportunidade de promover as capacidades, nomeadamente com oficinas com fotógrafos, sobre “como melhorar as suas imagens no Instagram, que não seja apenas uma passagem de ecrã atrás de ecrã, o que é que ela pode ter de motivante que me faça parar, olhar e aprofundar, mergulhar na própria imagem”, exemplifica.

Rui Prata, que recordou os primeiros passos do festival Encontros da Imagem, deixou ainda uma palavra de “louvor” ao “amigo Carlos Fontes”, que faleceu no passado mês de agosto. Emocionado, referiu que no início do festival, os três amigos não tinham consciência da dimensão que os Encontros da Imagem viriam a ter mais à frente.


[OUVIR EMISSÃO ESPECIAL DA RUM DEDICADA AOS ENCONTROS DA IMAGEM]

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Elsa Moura
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