Rodrigo Amado: “Existe agora maior abertura entre o jazz convencional e o de improviso” 

O gnration recebe esta sexta-feira (22h00) o espectáculo do quarteto de jazz formado por Rodrigo Amado (saxofone), Ricardo Toscano (saxofone), João Lencastre (bateria) e Hernâni Faustino (contrabaixo).

O encontro entre os quatro músicos, herdeiros de diferentes estéticas do jazz, já ocorreu antes mas para a apresentação em Braga “não está preparado absolutamente nada”, confidencia à RUM Rodrigo Amado, não fosse o saxofonista discípulo de um estilo exploratório e de livre improvisação. Neste quarteto, o artista, que conta com diversas colaborações nacionais e internacionais ao longo da carreira, acompanha-se de músicos vindos de uma escola mais convencional.


“Procuro, desde sempre, o cruzamento [entre diferentes estilos] mas tem sido extremamente difícil encontrar músicos do lado mainstream abertos para o tipo de música que eu faço, mais free jazz”, revela Rodrigo Amado, assumindo que essa busca foi interrompida quando conheceu Ricardo Toscano, saxofonista visto por muitos como um dos nomes mais promissores do jazz nacional.

“É um músico brilhante, que toca um jazz mainstream mas aberto e moderno. É surpreendente vê-lo num contexto completamente diferente, de improvisação total, a construir um discurso sólido e coerente”, elogia Amado, assumindo a vontade de continuar a colaborar com o jovem saxofonista. Para Rodrigo Amado, o encontro com Toscano e um prémio que recebeu do Hot Club são indicadores de que “a abertura entre as diferentes escolas do jazz nacional é agora inegável”.

“Foi dado um sinal fortíssimo, no ano passado, quando me foi atribuído o prémio de músico do ano, dado pela Festa do Jazz em colaboração com a escola do Hot Club e Antena 2. Na altura fui apanhado de surpresa pelo valor simbólico desse prémio, por ser um reconhecimento e uma confirmação de que as duas comunidades se estão a aproximar e se interessam pelas metodologias de cada uma”, assinala.

O espectáculo em Braga, sobre o qual “tem muita expectativa”, é o segundo de Rodrigo Amado após a reabertura das salas. O músico revela que, durante o período de confinamento, nunca parou. “Aproveitei para trabalhar intensamente na produção de discos e pratiquei mais do que o habitual”, conta, desvendando que deverá editar, ainda este ano, o terceiro disco com o quarteto do qual fazem ainda parte os músicos Joe McPhee, Kent Kessler e Chris Corsano.

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Pedro Magalhães
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