“RoboParty é a melhor iniciativa que há a nível de robótica no país”

Arrancou, esta quinta-feira, a 16.ª edição da RoboParty, no campus de Azurém da Universidade do Minho, em Guimarães. Até domingo, 450 participantes, de vários pontos do país, do Brasil e de Espanha, integram a iniciativa, que conta, no total, com oito equipas internacionais.

Fernando Ribeiro, coordenador Roboparty, admite que o evento tem margem para crescer, até porque “não é fechado a Portugal”, tendo já contado com “equipas de outros países, desde a Dinamarca, Angola, Estados Unidos” e, este ano, Brasil e Espanha.

“Espera-se que um conjunto de quase 450 jovens aprendam a construir um robô de raiz, desde a construção da placa eletrónica, à montagem mecânica e à programação, de uma forma divertida”, explicou o professor da UMinho. Até domingo, haverá vários desafios, desde obstáculos, corridas de robôs, jogos e uma prova de dança.

Os participantes têm entre 10 e 66 anos. Renato Graça, o mais jovem, vem de Lisboa e conheceu a iniciativa através do professor. Decidiu participar porque quer “aprender mais sobre robôs e programação”, para poder “fazer mais jogos”. José Lameira, da Marinha Grande, tem 66 anos e quer “aprender até morrer”. “As novas tecnologias e o mundo da robótica são cada vez mais importantes nas nossas vidas e seja qual for a idade ou motivação é sempre bom aprender”, afirmou.

Núria Gonçalves é natural de Ponte da Barca e tem 11 anos. Está na robótica há um ano e quando o professor falou da RoboParty quis participar, por ser “uma experiência que nunca mais iria ter e seria interessante”. Benjamim Santos fez a viagem mais longa para participar na iniciativa da Universidade do Minho. Veio do Brasil para viver “uma grande experiência” e para “aprender e ganhar sabedoria para ir para competições maiores”. “Procuro sempre mais conhecimento sobre robótica”, apontou.

Carlos Almeida é professor numa escola de Alverca e diz que os alunos que o acompanham à RoboParty “saem bem preparados”. Participa na iniciativa há 14 anos e tem uma certeza: “A RoboParty é a melhor iniciativa que há a nível de robótica no país, porque não envolve competição, mas envolve uma aprendizagem constante dos alunos”.

RoboParty é exemplo de “experiências que podem ser enriquecedoras e fator de desenvolvimento dos estudantes”

A dar as boas-vindas esteve o robô Charmy, “que faz tarefas domésticas, é programado pelo Laboratório de Autonomia Robótica”, mas teve também a companhia de um dos cinco robôs futebolistas, que também vai participar na RoboCup, em julho, nos Países Baixos.

Durante a 16.ª edição da RoboParty será ainda lançado um robô, “que vai ser controlado por um computador, o que quer dizer que tem um mundo enorme de possibilidades”. “Podem ligar câmaras, controlo remoto, realidade virtual, óculos, para ver com visão estereoscópica, no fundo é um computador dentro do próprio robô, coisa que não acontecia no passado”, explicou Fernando Ribeiro.

O reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, destaca a presença de “jovens pré-universitários, que são evidentemente um público importante” para a academia, “não apenas porque poderão ser futuros estudantes da Universidade de Minho, mas também porque há experiências que podem ser enriquecedoras, fator de crescimento e de desenvolvimento destes estudantes”. “A RoboParty é um excelente exemplo de concretização destes objetivos e é um bom exemplo das múltiplas estruturas que a UMinho é capaz de preparar, pensar e desenvolver em função de objetivos, de capacitação de pessoas que não são membros ainda da Universidade”, apontou Rui Vieira de Castro.

Até domingo, 450 participantes, divididos por 120 equipas, oito delas internacionais, de Espanha e Brasil, dedicam-se à robótica, no Pavilhão Desportivo de Azurém, em Guimarães. São apoiados por 70 alunos voluntários e 50 professores.