Rio. “Enquanto acatarem orientações não vejo necessidade de actuação mais coerciva”

Depois do ajuntamento de cerca de 200 pessoas, na madrugada deste domingo, no Campo das Hortas, o presidente da Câmara de Braga não considera necessária, para já, uma actuação mais coerciva.
Em declarações à RUM, Ricardo Rio diz que as situações vão sendo analisadas e, caso se justifique, poderá haver reforço policial nas ruas. “Até ao momento não nos parece que tenha sido necessário”, acrescenta.
“Enquanto as pessoas tiverem a capacidade de acatar essas orientações e obviamente actuarem em conformidade, como aconteceu no sábado, não vejo necessidade de actuação mais coerciva. Neste momento, as normas já permitem às forças de segurança uma actuação mais repressiva, se necessário”, explicou.
O autarca assume que caso existam infracções, aí sim, se poderá justificar uma postura mais coerciva das autoridades e garante que a autarquia “não hesitará em fazê-lo”.
O presidente explicou ainda que estes ajuntamentos não são novos na cidade e que a migração para o Campo das Hortas se deve ao facto do Campo das Carvalheiras ter sido já vedado, “de forma preventiva”, pela Polícia Municipal. “Este problema tem tido condicionantes ligadas ao ruído, segurança e higiene, que tem sido alvo de queixas pelos moradores. A saúde pública é mais um desafio em relação a esta realidade que é recorrente na cidade”, afirmou Rio.
Por enquanto, não está prevista a vedação de mais espaços em Braga, até porque, relembra o autarca, por exemplo, “o Campo das Hortas está disponível para alguns restaurantes poderem instalar as suas esplanadas, dentro do programa ‘Braga de Porta Aberta’”. “Não sei se será possível uma vedação completa. Mais importante é que haja uma presença das forças de segurança”, frisou.
Segundo a Direcção-Geral da Saúde, o concelho de Braga mantém-se há vários dias sem registo de novos casos, ainda que, segundo o presidente da Câmara, a delegação de saúde tenha dado a indicação de “três casos na última semana e uma subida significativa de recuperados”. “O número de casos activos é hoje limitado, sendo o principal foco de risco o contágio importado, de pessoas de outros concelhos. Temos que ir monitorizando e percebendo se a evolução continua em linha com os últimos dias ou se temos que ter outro tipo de atitude e medidas mais restritivas, caso o número de infectados aumente”, finalizou.
Recorde-se que o Presidente da República e o primeiro-ministro dizem que se estes encontros não pararem, vão ser tomadas medidas mais duras e os participantes serão levados à Justiça. Entretanto, na região de Lisboa, o Governo limitou os ajuntamentos a dez pessoas.
